O papa Francisco pediu aos cristãos que "não depredem o planeta" e lembrou que os países ricos têm "uma dívida ecológica" com os mais pobres pela exploração injusta de seus recursos.
Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Vaticano, por ocasião da Jornada Mundial da Oração pela Criação no mês de setembro, o papa pediu a conscientização do grave problema ecológico que assola o mundo.
— Estamos espremendo os bens do planeta. Espremendo-os — lamentou.
O papa, autor da encíclica "Laudato Si" para a defesa do planeta e seus habitantes, denunciou a depredação e exploração dos recursos que muitos países ricos e multinacionais cometem.
—Fazem lá fora o que não permitem que seja feito nos seus — acrescentou.
O pontífice pediu uma oração para que esses recursos "não sejam depredados, mas para que sejam distribuídos de maneira justa e respeitosa".
— Não à depredação, sim à distribuição — pediu o chefe da Igreja católica.
— Hoje, não amanhã, hoje, temos que cuidar da criação com responsabilidade — repetiu.
Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração, padre Frederic Fornos, o pedido do papa foi feito na ocasião do quinto aniversário da encíclica "Laudato Si".
— O ano 2020 é o ano do quinto aniversário desta encíclica dedicada ao cuidado da casa comum: hoje mais do que nunca temos que escutar esse grito e promover concretamente, com um estilo de vida pessoal e comunitária sóbria e solidária, uma ecologia integral —afirmou.
O religioso lembrou no vídeo que, segundo os dados das Nações Unidas, cerca de 821 milhões de pessoas "dormem com fome todas as noites".
— Não é por falta de alimentos, é o resultado da profunda injustiça que envolve a produção de alimentos e sua disponibilidade — explicou.
"O 1% da população mundial tem mais que o dobro da riqueza dos 99% restantes", disse a Rede Mundial de Oração do papa.
Metade da humanidade vive com 5,5 dólares por dia e cerca de 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável, destacou a entidade.