O escritor britânico William Boyd afirmou nesta quinta-feira (16) ter descoberto a casa do espião James Bond em Londres, ao examinar minuciosamente a vida de Ian Fleming e suas obras famosas.
Nos anos 1950 e 1960, Ian Fleming escreveu 14 livros sobre James Bond, entre eles duas compilações de romances, mas nunca revelou o lugar exato onde o personagem morava, apesar de já ter chegado a dizer que o agente carismático residia no bairro londrino de Chelsea.
Após reler todas as obras da série antes de escrever, em 2013, a continuação em um romance intitulado Solo, William Boyd anunciou nesta quinta, em um suplemento literário do The Times, que o espião britânico morava no endereço 25 Wellington Square, em Chelsea.
"É ali que ficava o apartamento de James Bond", assegura o escritor, que acrescentou que, como James Bond era um personagem de ficção, "está claro que não vivia realmente em parte alguma", mas que sem dúvida neste endereço pode ser encontrado o apartamento que inspirou seu criador.
Boyd começou analisando os elementos que aparecem em vários romances da série. Em O Foguete da Morte (1955), Fleming descreve a residência de James Bond como "um apartamento confortável, que dá para uma praça cheia de árvores, perto da King's Road", uma rua conhecida de Chelsea.
Boyd usou depois a descrição feita em Operação Relâmpago (1961), no qual o apartamento ficava próximo do Hyde Park, reduzindo o seu perímetro à Wellington Square.
Para determinar o número exato, o autor britânico se interessou pela vida pessoal de Ian Fleming, em particular durante o período em que trabalhou como jornalista no Sunday Times.
Assim, percebeu que um de seus colegas, o crítico literário Desmond MacCarthy, morava no endereço 25 Wellington Square. Ele e sua esposa eram conhecidos por serem as "almas das festas lendárias" que organizavam com frequência em sua casa.
"As provas são convincentes. É muito provável que Ian Fleming tenha ido a uma ou várias festas dadas pelos MacCarthy", acrescenta Boyd.
Segundo ele, o apartamento do casal tinha de fato uma "grande sala de estar com janelas amplas", como descreve em Da Rússia, com amor (1957), e acrescenta que se a sala do espião estivesse "coberta de livros", sem dúvida se trata de uma menção à profissão de Desmond MacCarthy.