O Irã deve decidir, na noite deste domingo (5), sobre a próxima etapa do seu plano de reduzir seus compromissos nucleares internacionais, segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Abbas Moussavi.
A decisão já havia sido tomada antes, de acordo com Moussavi. Mas, "levando em conta a situação" provocada pela morte, na sexta-feira (3) no Iraque, do general iraniano Qassem Soleimani, em um ataque norte-americano, "certas mudanças serão acrescidas à decisão tomada" em relação à "quinta etapa" deste plano de redução da compromissos nucleares, acrescentou.
Essas mudanças serão decididas "em uma reunião importante esta noite", acrescentou Moussavi em uma entrevista coletiva, sem dar mais detalhes.
Teerã começou a reduzir seus compromissos nucleares em maio, em resposta à saída unilateral dos Estados Unidos um ano antes do acordo nuclear internacional de 2015.
As decisões relativas à suspensão pelo Irã de alguns de seus compromissos assumidos sob este acordo concluídos em Viena entre a República Islâmica e o Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) são de responsabilidade do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
Moussavi não forneceu nenhuma indicação sobre o conteúdo da decisão "já tomada" ou sobre a data em que a decisão final poderia ser anunciada oficialmente.
Mais cedo neste domingo, a União Europeia (UE) informou que o chefe da diplomacia Josep Borrell havia convidado o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, a Bruxelas.
O alto representante da UE para a política externa anunciou esse convite, sem fornecer uma data precisa, em um comunicado à imprensa que detalha a conversa por telefone que ele teve no sábado com Zarif.
Borrell e Zarif falaram da "importância de preservar o acordo de Viena sobre o programa nuclear iraniano, que permanece crucial para a segurança global", afirmou um comunicado da UE.
De acordo com o texto, o chefe da diplomacia europeia "confirmou que estava determinado a continuar a desempenhar plenamente seu papel de coordenador e a manter a unidade dos demais participantes para apoiar o acordo e sua plena implementação por todas as partes".
O acordo de Viena corre o risco de entrar em colapso desde a retirada dos Estados Unidos em 2018 e do restabelecimento das sanções norte-americanas contra a República Islâmica, que mergulharam a economia iraniana em uma grave recessão.
No sábado, Paris pediu ao Irã que preservasse o acordo de Viena, apesar do assassinato do general Soleimani.