O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu na quarta-feira (31) a união da esquerda na América Latina, após a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil e o avanço da direita em outros países da região.
— Derrubaram Dilma Rousseff. Impuseram lá uma ditadura e sequestraram este grande líder Luiz Inácio Lula da Silva — disse Maduro sobre a prisão do ex-presidente brasileiro, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. — Se Lula tivesse sido candidato, tenham a certeza de que ganharia — declarou, sobre a eleição de domingo passado no Brasil.
Maduro, que visitou Cuba na terça-feira, citou os presidentes de Argentina, Mauricio Macri, e Colômbia, Iván Duque, para exemplificar o avanço da direita na região.
— Tem futuro o povo sul-americano com um Macri, com um Duque à frente? (...) Estamos em uma imensa confrontação geopolítica de modelos, projetos e ideias — declarou Maduro em um ato no qual esteve presente o embaixador cubano na Venezuela, Rogelio Polanco.
Na segunda-feira, o governo em Caracas felicitou Bolsonaro pela vitória, exortando o presidente eleito a "retomar, como países vizinhos, o caminho das relações diplomáticas de respeito" com a Venezuela.
No que definiu como uma "correlação de forças amigáveis", Maduro defendeu nesta quarta-feira um novo impulso na Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), organização regional fundada pelos finados líderes Hugo Chávez e Fidel Castro, e hoje integrada por Antigua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, San Vicente e Granadinas, Suriname e Venezuela.
Colômbia, Brasil e Equador, entre outros países latino-americanos, têm manifestado sua preocupação com a situação migratória na Venezuela. Segundo a ONU, 1,9 milhão de venezuelanos já abandonaram o país desde 2015.