O governo colombiano desmentiu nesta segunda-feira (29) uma suposta aliança com o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), para derrubar seu contraparte venezuelano, Nicolás Maduro, como reportado pelo jornal Folha de S. Paulo.
"O Ministério das Relações Exteriores, em nome do Governo da Colômbia, permite-se rechaçar e desmentir as versões que foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo (sic) no dia de hoje", informou a Chancelaria em um comunicado.
O governo colombiano "mantém uma tradição não belicosa e busca, a partir de ações políticas e diplomáticas regionais e multilaterais, contribuir para criar as condições para que mais cedo, ou mais tarde, o povo irmão da Venezuela possa viver novamente em democracia e liberdade", acrescentou o texto.
A Folha noticiou, em sua edição desta segunda-feira, citando uma fonte anônima que identificou como "alto funcionário do governo de Iván Duque", que se Bolsonaro "ajudar a derrubar Nicolás Maduro com uma intervenção militar, terá o apoio da Colômbia". A mesma fonte explicou que esta seria a razão pela qual o presidente colombiano se absteve de assinar a declaração do Grupo de Lima, na qual 14 países repudiaram qualquer intervenção na Venezuela.
As relações entre Colômbia e Venezuela, que dividem uma porosa fronteira de 2.200 km, estão praticamente congeladas desde o governo do ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos (2010-18).
O direitista Duque retomou as bandeiras da pressão diplomática contra a "ditadura" de Maduro, agitada por seu antecessor, em meio à chegada de milhares de venezuelanos à Colômbia que fogem da crise econômica em seu país. A Colômbia reconheceu a incapacidade de atender sozinha os imigrantes do país.
O governo da Venezuela, contrário a reconhecer a crise migratória, acusou Bogotá de integrar um suposto complô para derrubar Maduro. A Colômbia nega com veemência estas afirmações.