O Hamas anunciou neste sábado (14) uma trégua para acabar com os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza e os disparos de foguetes em direção ao território israelense, após os bombardeios mais importantes contra o enclave palestino desde a devastadora guerra de 2014.
A mediação do Egito permitiu o cessar-fogo, declarou o porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum. Já o Exército hebreu não comentou o comunicado. Antes do anúncio da trégua, o general da Força Aérea Tzvika Haimovic declarou que a campanha aérea "maciça" iria continuar, sem especificar seus objetivos. "Estamos preparados para todos os cenários possíveis", garantiu.
Mais cedo, dois adolescentes palestinos, de 15 e 16 anos, morreram nesses bombardeios aéreos contra um prédio a oeste da Cidade de Gaza. Os jovens morreram quando estavam na rua, abaixo do prédio, que estava vazio no momento do bombardeio, disse a fonte. A ação foi considerada como "o golpe mais duro" de Israel sobre o Hamas desde 2014 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Três civis israelenses também ficaram feridos quando um foguete atingiu sua casa, no sul do país. Na última sexta-feira (13) à noite, os ataques aéreos ocorreram quase simultaneamente com o lançamento de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza no sul de Israel.
Ataques e contra-ataques
Desde o dia 30 de março, a Faixa de Gaza é palco de protestos contra o bloqueio israelense e pelo direito de regresso dos palestinos às terras das quais fugiram, ou foram expulsos, com a criação de Israel, em 1948. Os soldados israelenses já mataram 140 palestinos desde que começou a mobilização.
Em nota, o Exército hebreu apontou que "aviões de ataque atingiram um túnel destinado a ações terroristas no sul da Faixa de Gaza, assim como vários locais terroristas situados em bases militares no conjunto".
— Os ataques foram uma resposta aos atos de terror durante os violentos protestos contra o território israelense através do lançamento de balões incendiários a partir da Faixa de Gaza — declarou um oficial.
Segundo o Exército, os militares lançaram granadas, artefatos explosivos, coquetéis molotov e pedras em direção aos soldados, e um militar ficou ferido.
Os bombardeios israelenses foram seguidos de "pelo menos 31 disparos a partir da Faixa de Gaza, em direção ao território de Israel, dos quais cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea", precisou o Exército.
O porta-voz do Hamas, Fauzi Bahum, reivindicou os disparos, explicando que foi uma "resposta imediata da resistência".