O Exército hebreu anunciou ter realizado ataques aéreos contra posições do Hamas na Faixa de Gaza na madrugada deste sábado, após um dia de violentas manifestações que deixaram um adolescente palestino morto e um soldado ferido na fronteira entre Israel e o enclave.
Os ataques aéreos foram seguidos de disparos de foguetes e morteiros da Faixa de Gaza contra o sul de Israel.
"Aviões de ataque atingiram um túnel destinado a ações terroristas no sul da Faixa de Gaza, assim como vários locais terroristas situados em bases militares no conjunto" do enclave palestino, informou o Exército hebreu.
Segundo testemunhas, os ataques não deixaram feridos, mas danificaram infraestruturas do movimento islâmico Hamas, no poder em Gaza desde 2007.
"Os ataques foram uma resposta aos atos de terror durante os violentos protestos contra o território israelense através do lançamento de balões incendiários a partir da Faixa de Gaza", declarou um oficial.
Os bombardeios israelenses foram seguidos de "dezessete disparos a partir da Faixa de Gaza em direção ao território de Israel, dos quais cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea", precisou o Exército.
O porta-voz do Hamas Fauzi Bahum reivindicou os disparos explicando que foi uma "resposta imediata da resistência".
As manifestações na fronteira que separa Israel da Faixa de Gaza foram particularmente violentas nesta sexta-feira.
Segundo o ministério local da Saúde, Othman Rami Halles, um adolescente de 15 anos, foi baleado ao leste da Cidade de Gaza e outros 220 palestinos ficaram feridos durante os protestos desta sexta-feira na fronteira.
As Forças Armadas israelenses revelaram que "milhares de palestinos participaram nas últimas horas de violentos distúrbios, em vários pontos ao longo da barreira de segurança" que separa Israel da Faixa de Gaza.
Segundo o comunicado, os militares lançaram granadas, artefatos explosivos, coquetéis molotov e pedras em direção aos soldados, e um militar ficou ferido.
Os soldados responderam "utilizando os recursos de choque e disparando munição real dentro das regras", para impedir a entrada dos manifestantes em Israel.
Como a cada sexta-feira, ao menos 3 mil palestinos, segundo as forças israelenses, protestaram na fronteira com Israel.
Desde o dia 30 de março, a Faixa de Gaza é palco de protestos contra o bloqueio israelense e pelo direito de regresso dos palestinos às terras das quais fugiram ou foram expulsos com a criação de Israel, em 1948.
Os soldados israelenses já mataram 140 palestinos desde que começou a mobilização.
* AFP