Rei da última monarquia absolutista da África, Mswati III surpreendeu sua própria população ao anunciar, na quarta-feira (18), que decidiu renomear o país de Suazilândia para Reino de eSwatini.
O monarca já utilizava essa nomenclatura há alguns anos em discursos oficiais, mas decidiu oficializar a alteração durante a celebração dos 50 anos de independência da nação. Em inglês, o nome dos dois países é bastante parecido — Swaziland (Suazilândia) e Switzerland (Suíça) —, causando confusão, segundo explicou o rei em seu pronunciamento:
— Quando eu estou fora, as pessoas se referem ao nosso país como Suíça.
Além disso, Mswati III justificou que outros países africanos retomaram seus nomes pré-coloniais ao conquistarem a independência.
A minúscula nação na África Austral — com 200 quilômetros de norte a sul e 130 quilômetros de leste a oeste — ganhou a independência total em 1968, após domínio britânico desde o início dos anos 1900. Ao contrário de outras nações, não havia modificado seu nome ainda.
O nome eSwatini — com o "e" minúsculo antes do "s" maiúsculo, conforme normas ortográficas da língua local— significa "terra dos suazis" e é a tradução de Suazilândia no idioma suazi. A antiga nomenclatura irritava alguns cidadãos, uma vez que é uma mistura de suazi e inglês.
De acordo com a BBC, a mudança de nome revoltou parte da população, que acredita que o rei deveria se concentrar na economia interna do país, de produção majoritariamente agrícola e com 1,3 milhão de habitantes.
Com um dos menores PIBs do mundo, a Suazilândia é a nação com maior proporção de pessoas infectadas pelo vírus HIV. A expectativa de vida é de 54 anos para homens e de 60 anos para as mulheres.
Mswati III, coroado em 1986 aos 18 anos, governa por decreto o país.