O fardo da II Guerra Mundial segue prejudicando os alemães. Nesta sexta-feira (20) uma grande operação foi montada para desativar um artefato de 500 quilos encontrado em um canteiro de obras em Berlim. Cerca de 10 mil pessoas foram evacuadas e, desde as 10h (5h em Brasília) os trens não estão circulando pela estação central de Berlim (Hauptbahnhof), que está no perímetro de 800m de segurança. Além disso, entre 11h30min e 13h (horário local) nenhum trem deve circular na cidade.
Pela manhã, pelos autofalantes da Hauptbahnhof, passageiros eram orientados a deixar o local. Nas demais estações da cidade, as pessoas eram avisadas sobre as mudanças no transporte público. Para a Deutsche Bahn, empresa de transporte ferroviário da Alemanha, a situação é um grande desafio, pois estima-se que aproximadamente 300 mil passageiros e visitantes passem diariamente pela estação.
Para minimizar os efeitos, trens de longa distância, entre 10h e 15h, serão desviados para outras estações. Os 1,3 mil funcionários da Deutsche Bahn na estação central vão trabalhar de outros ponto da cidade, de casa ou participarão de operações de reforços em outra estações. Além disso, as cerca de 75 lojas da Hauptbahnhof também serão afetadas e só poderão reabrir depois do fim da operação.
Na imprensa de Berlim e nas ruas, discute-se por que uma operação desta magnitude não é realizada no fim de semana, quando prejudicaria menos pessoas. Ao jornal Tagesspiegel, a administração local disse que muitas autoridades estão envolvidas nas medidas de emergência, como a organização de abrigos para residentes evacuados e, portanto, uma operação no fim de semana não seria possível.
De acordo com estimativas do Departamento do Meio Ambiente do Senado, cerca de 3 mil bombas, granadas e munições permanecem no subterrâneo de Berlim. Em setembro de 2017, uma bomba britânica de 1,4 tonelada, descoberta em Frankfurt, fez com que cerca de 65 mil habitantes fossem retirados da região.
*A jornalista de GaúchaZH participa do Deutsch-Lateinamerikanisches Programm von IJP e por dois meses trabalha como redatora convidada no jornal Die Welt, de Berlim.