A Polícia Federal localizou e prendeu, na segunda-feira (8), um ex-policial uruguaio foragido da justiça daquele país por crime de tráfico de drogas. Washington Oribe Rodriguez Pereira é investigado em inquéritos por contrabando no Uruguai e no Brasil.
Washington tem contra si um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, em decorrência de um pedido de captura internacional feito pelo governo uruguaio. O ex-policial consta na lista de procurados “Difusão Vermelha” da Interpol (Polícia Internacional).
Preso quando ingressava no Brasil por Santana do Livramento, Washington vivia em Rivera, mas há algum tempo não era localizado. Ele foi condenado e cumpriu pena no Uruguai por tráfico internacional de armas. A atuação dele como contrabandista de arsenais para facções criminosas do Rio Grande do Sul foi descrita na série de reportagens “O Poder das Facções”, publicada pelo Grupo de Investigação da RBS (GDI).
A reportagem revelou como quatro policiais uruguaios, quando ainda estavam na ativa, contrabandearam 423 armas para as três principais facções criminosas gaúchas. O GDI também rastreou o destino de parte desse armamento e mostrou como ele serviu para viabilizar pelo menos 14 crimes, entre eles homicídios e assaltos. Um dos casos foi um tiroteio em frente ao Hospital Cristo Redentor, no qual PMs mataram quatro quadrilheiros, que estavam armados com fuzis e pistolas contrabandeados pelos policiais uruguaios.
Dos quatro policiais uruguaios, o que mais contrabandeou arsenais foi justamente Washington: 184 armas no total, sendo 15 fuzis com alto poder de fogo.
Após cumprir pena, ele permaneceu em Rivera, cidade gêmea à brasileira Santana do Livramento. Virou novamente suspeito de crimes, agora por tráfico de drogas. No Brasil, o uruguaio foi indiciado pela Polícia Federal em investigação que rastreou 39 armas adquiridas por ele no Uruguai e que foram apreendidas em ocorrências policiais no Rio Grande do Sul.
A captura teve o apoio da Polícia Civil. O estrangeiro permanecerá preso no Presídio Regional de Santana do Livramento até a conclusão do processo de extradição. Não há prazo para isso acontecer.