Um pequeno empresário e sorveteiro do Campo da Tuca, zona conflagrada de Porto Alegre, um antigo restaurante na mesma região, um contador e um advogado atuante no futebol são parte do enredo da clínica de saúde popular Doutor Melo, investimento do volante Felipe Melo, atleta do Palmeiras e ex-jogador da Seleção Brasileira e de clubes como Juventus, da Itália, e Grêmio.
— Investimos em pessoas e profissionais qualificados, em um sistema de consulta ambulatorial e exames laboratoriais inovador. Vamos oferecer acesso à saúde a quem mais precisa, mas levando em conta, é claro, nosso princípio de preços acessíveis — disse o jogador dias antes de abrir o seu novo negócio ao público.
Inaugurado no centro de Porto Alegre em 14 de outubro com investimento de R$ 3 milhões, promessa de expansão nacional e geração de empregos pelo Brasil, o empreendimento de consultas médicas a baixo preço encerrou atividades abruptamente no último dia 8 de novembro, menos de um mês depois de aberto.
Funcionários foram dispensados sem explicação. Alguns deles tinham deixado empregos anteriores pela perspectiva de trabalhar em um negócio do renomado Felipe Melo. Agora, estão desempregados. Os trabalhadores ainda foram deixados temporariamente sem o pagamento pelo primeiro e único mês de labuta. Só foram chamados a receber os valores devidos em 11 de novembro, quando decidiram ir ao Ministério Público do Trabalho (MPT) registrar queixa.
— Estava tudo indo bem, a clínica tinha muitos pacientes e oferecia especialidades médicas. Quando chegou na quinta-feira (7), comentamos que era o dia de receber o salário de outubro. Mas ninguém sabia nos dizer nada. A coisa estourou no outro dia. A gerente administrativa fez uma reunião na sexta à tarde e disse que teríamos de fechar as portas e que não sabia o que estava acontecendo. Fomos para casa arrasadas — conta uma das ex-funcionárias, que pede para não ser identificada.
A única explicação oficial enviada à imprensa pela equipe de Felipe Melo foi a de que a decisão se devia a "questões estratégicas". Nos bastidores, falava-se em divergência entre sócios.
A Doutor Melo Clínica de Atividade Médica Ambulatorial Ltda foi registrada na Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (Jucis-RS) em 11 de junho de 2019. Não era uma empresa nova, mas sim a transformação de um CNPJ já existente, com mudança de endereço, de atividade econômica e inclusão de sócio.
A história começa em junho de 2012, quando Alfredo Woycicki Neto criou o CNPJ que, originalmente, era de um restaurante, bar e casa de eventos na Rua Tenente Alpoin, no Campo da Tuca, em Porto Alegre.
Em janeiro de 2019, Woycicki elevou o capital social da sua empresa dos iniciais R$ 8 mil para R$ 200 mil e mudou a atividade econômica: de restaurante, bar e casa de eventos para "comércio varejista de produtos alimentícios".
Pouco depois, em junho de 2019, veio a transformação radical: o CNPJ de Woycicki passou a atender pelo nome empresarial "Doutor Melo Clínica de Atividade Médica Ambulatorial Ltda". A empresa deixava o ramo alimentício, migrando à medicina. O endereço também mudou: da Tuca para o centro de Porto Alegre, na Rua Conceição, onde a clínica funcionou por menos de um mês.
O novo sócio de Woycicki era o contador João Aldomiro do Nascimento, que ingressou como acionista majoritário, tendo mais de 95% das cotas do capital social. Mas, de fato, nenhum dos dois sócios da clínica na documentação oficial fazia parte do cotidiano do negócio. Os funcionários não os conheciam e sequer sabiam seus nomes.
Enquanto a Doutor Melo recebia pacientes, Woycicki mantinha uma rotina simples, postando em redes sociais diversas fotos do seu verdadeiro local de trabalho: uma pequena sorveteria, chamada Patty Rosinha, no Campo da Tuca. A reportagem falou com a proprietária da loja no dia 12 de novembro. Ela confirmou que Woycicki prestou serviço no estabelecimento até dias atrás, mas disse que ele havia se desligado recentemente, sem precisar datas. O homem, que tem ocorrências policiais por furto, arrombamento de residência e lesão corporal, foi procurado pela reportagem em diversos telefones e na sorveteria, mas não foi encontrado. Também não retornou os recados.
Já o sócio-majoritário Aldomiro é pessoa da confiança de outro personagem envolvido com a Doutor Melo: o advogado, empresário, dirigente sindical e ex-vice-presidente jurídico do Inter Marcelo Domingues Freitas e Castro — ele ganhou notoriedade ao ser investigado por supostos desvios praticados na gestão colorada entre 2015 e 2016, sob a presidência de Vitorio Piffero. Aldomiro trabalha na consultoria Argos, empresa apontada pelo Ministério Público como propriedade de Castro e investigada por ter recebido pagamentos com suspeita de terem sido desviados dos cofres do Inter em 2015. O contador também é conselheiro do Sindiclubes, entidade esportiva presidida por Castro. O vínculo de proximidade entre eles ainda pode ser aferido na Justiça: ambos já atuaram, como advogado e testemunha, para se ajudarem mutuamente em processos.
Ex-funcionários da Doutor Melo não sabem quem é Aldomiro, mas dizem que Castro esteve na inauguração da clínica e era presença frequente na rotina. Mais do que isso: os antigos trabalhadores do empreendimento dizem ter feito entrevistas de recrutamento na sede da Argos, empresa de Castro, também no centro de Porto Alegre. Funcionários da Argos foram os responsáveis por fazer os pagamentos de salários deles após o fechamento do negócio. Além disso, o imóvel onde funcionou a clínica é o mesmo em que o advogado tem ainda hoje registrada a empresa Marpa e Castro Consultores Associados.
Castro e Felipe Melo mantêm relação familiar: suas esposas são primas. Eles já atuaram conjuntamente em outros negócios, como a Next Academy, que alia o desenvolvimento de jovens no futebol com a oferta de bolsas de estudo.
Na Doutor Melo, o sogro de Felipe Melo, Roberto Simões, que é médico, atuava como responsável técnico. Antigas funcionárias isentam o sogro de responsabilidades e dizem que ele foi tão surpreendido quanto elas com o encerramento repentino das atividades.
Depois de serem dispensadas presencialmente sem explicações no dia 8 de novembro, as seis funcionárias da Doutor Melo receberam retorno da gerente administrativa da clínica, a qual conheciam apenas por Ana — a reportagem não obteve confirmação do sobrenome dela. A mulher, em mensagem de WhatsApp enviada ao grupo "Equipe Dr Melo", tentou explicar o que estava se passando, tratando apenas Castro e Felipe Melo como sócios do empreendimento, citando um "contrato" entre ambos.
"Meninas, cheguei agora em casa. Conversei com o dr. Marcelo, (sic) e como se sabe, sempre existem no mínimo dois lados. Vi as mensagens sobre a saída do Dr. Marcelo, inclusive com a proposta de auditoria por empresa escolhida pela outra parte, e a concordância da parte de Felipe Melo sobre a saída do sócio, tb (sic) concordando com o que tinha sido exposto. Também vi o contrato assinado pelas partes concordando com tds (sic) os termos e definindo a participação de cada um na clínica. De fato houve um desacordo e, como o Dr. Marcelo já havia se retirado com a concordância da outra parte, não há intenção da parte dele também de retomar a clínica. Sendo assim, se de fato Felipe Melo se retirou, uma vez que foi o sócio que ficou, a clínica ficará fechada. Tb (sic) não há previsão de pagamento dos salários. Enfim, meninas, eu realmente entendo a angústia de todas, pois faço parte disso, mas de fato não há previsão de retomada da clínica", escreveu a gerente.
Deixadas ao relento naquela sexta (8), as ex-funcionárias foram chamadas na segunda-feira (11) a receber seus vencimentos quando decidiram procurar autoridades. Emissários de Castro foram ao encontro delas para apaziguar ânimos.
Contatada pela reportagem, Ana confirmou a autenticidade da mensagem, ressaltou se tratar de uma comunicação privada e afirmou que todas as obrigações trabalhistas foram cumpridas. Ela disse que também era funcionária, contratada como gerente administrativa, e acabou na mesma situação de desligamento da Doutor Melo.
A ruptura dos sócios Castro e Felipe Melo ocorreu dois dias depois de o Ministério Público Estadual ter denunciado 14 pessoas por crimes como estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, incluindo ex-dirigentes de futebol e empresários, por supostos desvios de recursos na gestão do Inter entre 2015 e 2016. Castro é um dos investigados, mas, neste primeiro momento, não foi denunciado. O caso dele é considerado mais complexo e demorado pelo grande volume de documentos, comunicações eletrônicas e transações bancárias apreendidas durante as apurações.
CONTRAPONTOS
O que diz Felipe Melo. O contraponto foi feito por Roberta Melo, esposa do jogador
Sobre a relação de Felipe Melo com a clínica Doutor Melo: "Antes de responder e, infelizmente, ter que tornar pública esta situação, expondo minha família, gostaria, em meu nome e do Felipe, de expressar nossa solidariedade aos funcionários e fornecedores da clínica Doutor Melo, que foram tão lesados quanto nós. O projeto da clínica, nos apresentado por nosso advogado e consultor financeiro, na época, Marcelo Castro, nos convidava, sim, para uma sociedade, como investidores. Para nossa surpresa, há poucos dias, apesar do elevado investimento realizado por nós (por orientação do Sr. Marcelo Castro) para implementação do projeto relativo à clínica, descobrimos que não fazíamos parte do contrato social da empresa, formada por sócios desconhecidos por nós. Ontem (13), entre as dezenas de notificações extrajudiciais recebidas do senhor Marcelo Castro, em tom bem ameaçador, nas últimas semanas, desde que começamos a tomar conhecimento de um esquema que prejudicava minha família, fomos ameaçados de que se disséssemos à imprensa que não éramos sócios da clínica, seria apresentado também à imprensa um contrato social com nosso ou algum representante por nossa parte na sociedade. Sem registro na junta comercial, acreditamos que este contrato, se existente, esteja dentro de alguma gaveta. Nossos novos advogados já estão trabalhando para tentar entender e tomar as providências cabíveis em relação a esta e outras tantas absurdas situações".
Sobre a relação profissional e pessoal com Marcelo Domingues Freitas e Castro: "Havia uma relação profissional, como já explicado, com Marcelo sendo nosso então advogado, consultor financeiro e, até então, pessoa que contava com a confiança da família, considerado, também, um amigo do Felipe, meu, e casado com minha prima, Suelllen Ribeiro, que também foi contratada como arquiteta para desenvolver trabalhos em nossas propriedades. Sobre ser um investidor, já não sabemos mais se ele realmente foi. Pelo jeito, somente Felipe investiu na clínica, assessorado por Marcelo na qualidade de nosso consultor na época.
Quanto à Next, onde toda a ruptura começou, o Marcelo, que é advogado, foi convidado por nós para organizar a empresa, e se tornou diretor remunerado, junto com o sr. Henrique Gershenson - pessoa de total confiança de Marcelo Castro e indicado pelo mesmo a um cargo de diretor. A empresa, que vem crescendo no mundo inteiro, passou por uma auditoria feita pela empresa Argos, do próprio Marcelo, o que é ilegal. Nós não sabíamos que um processo tão importante dentro da empresa havia sido conduzido por uma única contadora, contratado (o processo de auditoria), por um valor absurdamente elevado, e que acabou mascarando um processo errado dentro da Next, sobre o qual, por enquanto, meus advogados e eu preferimos tratar como má gestão. Uma auditoria independente e séria, que já está sendo contratada, apurará eventuais irregularidades. Vale ressaltar que ambos (Marcelo Castro e Henrique Gershenson) foram destituídos da diretoria da Next, por deliberação unânime de todos os outros acionistas tomada em assembleia. Descobrimos também que outros diretores da Next e dezenas de funcionários foram, durante o período que estiveram dentro da empresa, coagidos e ameaçados pelos diretores destituídos. A saída dos dois representa uma fase mais leve e bem mais profissional na Next.
Voltando a Doutor Melo, investimos, emprestamos a imagem do Felipe à clinica e demos, como sempre, carta branca para que o Marcelo Castro conduzisse tudo, com meu pai, Roberto, como médico responsável. As questões administrativas e de relacionamento eram todas por meio do Marcelo. Como disse, confiávamos".
Sobre Felipe Melo não constar na documentação como proprietário: "O senhor Woycicki, não o conhecemos. Li o nome dele pela primeira vez no mesmo momento em que tomamos conhecimento que não estávamos no contrato social da Doutor Melo. Isso faz poucos dias. Já sobre o senhor Aldomiro, a surpresa foi pior e mais desagradável. A primeira vez que soubemos da existência desta pessoa, foi no mês passado, quando começamos a investigar uma empresa na qual o Marcelo Castro nos indicou a fazer um investimento significativo. Falo de milhões. O argumento usado pelo Marcelo era de que ele também possuía investimentos lá. Segundo ele, três vezes mais que o valor que investimos. Em fevereiro deste ano, comecei a ter dificuldades para fazer contato com as pessoas desta empresa, de nome Montenegro. Marcelo sempre me tranquilizava, usando o suposto investimento dele como garantia. Deixava o Felipe fora disso, para não atrapalhar no dia a dia da profissão. Nosso dinheiro ainda não foi recuperado, mas nossos advogados já estão trabalhando para tomar as providências cíveis e criminais cabíveis contra todos os envolvidos. Por fim, a surpresa ingrata foi saber que o mesmo Aldomiro era a pessoa que respondia pela Montenegro, por meio de uma outra empresa de nome Free Market Fomento Mercantil, do qual Aldomiro era o controlador. O quebra-cabeças começava a fazer sentido".
Sobre o fechamento menos de um mês após a abertura: "Como informado anteriormente, mal sabemos a destinação do investimento que acreditávamos ter feito na clínica, de modo que também não temos informações concretas sobre as condições do encerramento da empresa. As suspeitas de irregularidades começaram no nosso investimento na Montenegro. Sem saber, paralelamente, amigos desconfiados de que a pessoa em que mais confiávamos poderia estar nos prejudicando, no caso o Marcelo e Henrique, abriram outras frentes de investigação. Quando a dupla Marcelo e Henrique descobriu que um dos acionistas da Next buscava caminhos independentes e lícitos para ter acesso à informações da empresa, e, dias depois, após perceber que informações da empresa haviam escapado à administração deles (os outros sócios e diretores só tinham aceso a informações que ambos permitissem), sumiram por alguns dias, sem atender nossas mensagens e ligações, e fizeram o primeiro contato somente por meio da primeira notificação extrajudicial. As primeira atitude de ambos, depois do ocorrido, como diretores, foi cortar acessos de pessoas ligadas a mim e ao Felipe a Next e tentar afastar acionistas da nossa confiança, com manobras asseguradas no estatuto, mas pressionando e ameaçando outros diretores. Até meu acesso foi cortado por meio da digital. Tive que pedir autorização para entrar na minha própria empresa, na qual o Felipe ainda é o maior investidor.
Com tudo isso, foi a hora de entender o andamento da Doutor Melo, que também era gerida, administrativamente, por pessoas de confiança do Marcelo, por ele e pela Argos, empresa dele. Diante de dificuldades de se obter informações da clínica e com a descoberta de que nem fazíamos parte do contrato social, vimos que havíamos sido tirados de cena. Não dava pra responder por nada na clínica. Vamos tentar buscar o expressivo invetimento que fizemos. Vamos brigar, pelos caminhos da lei, por tudo que nos foi tomado. Vamos brigar na esfera criminal também, porque crimes serão provados".
Sobre o médico Roberto Simões: "O Sr. Roberto é meu pai, sogro do Felipe. portanto. Apenas responsável médico".
Sobre o prejuízo profissional dos ex-funcionários: "Era um sonho crescer e espalhar a clínica, gerando empregos e entregando possibilidade de vida saudável para muita gente. Tanto que empregamos o nome e a imagem do Felipe para a empresa. A sensação de ter sido traída e passada para trás é dura. Já choramos, mas Deus sabe de todas as coisas e é nele que nossa família se acalma e confia. Imagino o que as pessoas, que tinham sonhos como os nossos, estão passando.
Nós fomos muito lesados e não sabemos se vamos e o quanto vamos conseguir recuperar do nosso dinheiro conquistado com muito esforço, por confiar em uma pessoa que nos traiu. Espero que as pessoas que foram contratadas pela empresa Argos, como citada pelo Zero Hora, de conhecimento de todos que é de propriedade do Marcelo Castro, encontrem um novo caminho rapidamente.
Embora não tenha nada a ver com nossas questões, mas que certamente vai pesar nas investigações, soubemos que Marcelo Castro está sendo investigado pelo Ministério Público, por denúncias de irregularidades no Sport Club Internacional, e também respondeu a processo por irregularidades na Receita Federal. Pelo que tudo indica, o senhor Henrique é a mesma pessoa citada em depoimentos de jogadores, nas investigações do Internacional. Sabemos que estamos em uma situação delicadíssima, mas vamos superar".
O que diz Marcelo Domingues Vieira e Casto
Sobre a relação com a clínica Doutor Melo: "Minha relação com a Clínica Melo é de investidor com o sr. Felipe Melo e Roberta Nagel, estes sim investidores e proprietários. Os recrutamentos e todo o projeto de implantação, por mim supervisionados e por equipe, ocorreram na Argos, pois atuava como advogado do sr. Felipe Melo e sua esposa, e, em função da obra da clinica não concluída. O imóvel não é de minha propriedade".
Sobre a relação e os negócios com Felipe Melo: "Eu atuava como advogado do sr Felipe Melo e sua esposa, que é prima da minha esposa. Quanto à Next Academy, o sr. Felipe é acionista e eu, diretor estatutário".
Sobre não aparecer na documentação da empresa como sócio-investidor: "Inicialmente, esclarecemos que nunca compareci na inauguração da clínica, pois não houve evento para tal. O sr. Felipe solicitou, por possuir outras empresas, que a mesma não figurasse em seu nome, neste ano de 2019. Necessário esclarecer que possuímos o respetivo contrato societário, firmado por ele e sua esposa. Efetivamente tratava-se de uma empresa inativa a qual João Aldomiro adquiriu".
Sobre a eventual relação com Alfredo Woycicki Neto: "Conforme referido, a empresa foi adquirida por já estar pronta. O senhor Alfredo, de fato, nunca participou da gestão, tão pouco efetuou qualquer investimento, tendo ficado com um por cento da empresa até que o sr. João Aldomiro indicasse um substituto, para que não ficasse como empresa individual. Sim, o sr Aldomiro trata-se de pessoa da minha confiança".
Sobre o fechamento da clínica menos de um mês após a abertura: "A mesma encerrou suas atividades por decisão entre os sócios".
Sobre as funções de Roberto Simões, pai da esposa de Felipe Melo: "O sr. Roberto Simões, pai da sra. Roberta Nagel, não era funcionário, exercendo apenas, e por solicitação dela, a função de RT (responsável técnico)".
Sobre o fechamento da clínica e a perda de emprego pelos funcionários: "Encerradas as atividades na sexta, evidentemente as rescisões e verbas indenizatórias somente poderiam ocorrer no primeiro dia útil subsequente, o que ocorreu. Com relação a sra. Ana (gerente administrativa), a mesma jamais atuou nos quadros da empresa Argos, a qual participou de processo seletivo enviada por uma agencia de empregos. Quanto aos demais funcionários, foram todos indicados pelo sr. Roberto Simões, por serem pessoas de suas relações na área da saúde".
O que diz o contador João Aldomiro do Nascimento, funcionário da Argos e dono da clínica na documentação oficial
Sobre o fechamento da clínica: "É uma questão envolvendo muita polêmica. Eu tenho o documento no qual sou sócio. Tenho constituída uma sociedade. É uma questão de Justiça agora. Não temos que declarar nada. Como houve um acirramento na relação da sociedade, e não de nossa parte, mas da outra, então não posso dizer nada. Temos um contrato social constituído legalmente na Junta Comercial. Nada desabona a minha pessoa. Quanto à nossa conduta, tudo foi transparente, as obrigações foram pagas, não devemos nada para ninguém".
Sobre o motivo do rompimento: "Existiu animosidade da parte deles quanto à questão de gestão. Só que gestão se prova com documento. A outra parte, o que para nós é até surpresa, veio com alegações absurdas que chegaram aos meus ouvidos...a gestão é transparente, não existe nada de ilegalidade. Eles decidiram não prosseguir com esse investimento".
Sobre a sociedade com Alfredo Woycicki Neto, cujo CNPJ era inicialmente de um restaurante no Campo da Tuca: "Aí não posso responder, são questões contratuais, contábeis. Não interessa o que a empresa foi. Interessa o que a empresa é, legalmente constituída".
Sobre o papel de Marcelo Castro na sociedade e o fato de os funcionários não conhecerem João Aldomiro como proprietário: "Por questões jurídicas, vou me negar a responder. Estamos analisando com muito vagar".