O padre Evair Heerdt Michels, investigado pela Polícia Federal (PF) por armazenar pornografia infantil, não poderá mais rezar missas públicas.
Essa foi a decisão da congregação Josefinos de Murialdo, depois de vir a público a informação de que ele usa tornozeleira eletrônica e está proibido, pela Justiça Federal, de participar de eventos com a presença de crianças e adolescentes. No último domingo (1º), o Grupo de Investigação da RBS flagrou Michels abençoando crianças durante missa no distrito de Fazenda Souza, em Caxias do Sul.
O provincial da congregação, padre Antonio Lauri de Souza, confirmou que "a partir deste momento ele está afastado das missas públicas". A medida, no entanto, não significa que Michels tenha perdido os poderes de sacerdote. Ele poderá seguir fazendo celebrações internas, na casa paroquial.
Desde a quinta-feira (5), a congregação está dedicada a se desculpar por ter um de seus membros envolvido em uma investigação federal de pornografia infantil. Além de emitir nota oficial pedindo desculpas à comunidade, os murialdinos decidiram pela exclusão do padre Michels do quadro de sócios do Instituto Leonardo Murialdo.
A medida, segundo o provincial, foi apenas uma formalização de algo que já estava valendo desde o ano passado. Depois que a PF fez buscas na sede do Colégio Murialdo de Porto Alegre, em janeiro do ano passado, e encontrou em computadores usados pelo padre cerca de 300 mil arquivos de pornografia infantil, Michels, que dirigia a escola, foi proibido de de ter cargo de direção.
Ao se mudar para Caxias do Sul, logo depois da operação, ganhou o cargo de secretário da Faculdade Murialdo.
— Era um cargo administrativo, em que teria contato apenas com jovens adultos. Mas neste ano ele não está nem neste cargo — afirmou Souza.