Em 5 de abril de 2014, policiais militares prenderam em flagrante Tarcísio dos Santos Motta, o Véio Ciro. Ele portava uma pistola Glock 9 mm, de fabricação austríaca e contrabandeada do Uruguai. A apreensão aconteceu na Rua 22 de novembro, bairro Passo das Pedras, na zona norte da Capital.
Véio Ciro é um dos chefões da facção Os Abertos. Conforme investigações policiais, comanda bocas de fumo no Passo das Pedras. Ciro responde a oito processos na Justiça e é suspeito de liderar quadrilha responsável por pelo menos 20 homicídios na Zona Norte.
O criminoso tem antecedentes por assassinatos, tráfico de drogas, sequestro, roubo e porte ilegal de armas. É investigado em 11 inquéritos do Departamento de Homicídios da Polícia Civil.
A pistola Glock com que Ciro foi encontrado em 2014, com número de série UZK876, foi comprada pelo policial uruguaio Juan José Arocena Fernandez, naquele mesmo ano. Arocena é um dos três investigados pela PF por tráfico de armas ao Brasil.
Em 2015, Ciro foi preso com parceiros por suspeita de ordenar a morte de integrantes do próprio bando, que teriam traído o líder. Véio Ciro, de acordo com a polícia, vinha utilizando dois adolescentes de 14 anos para praticarem as execuções.
Policiais encontraram tonéis onde seriam guardadas armas. Ciro ficou dois anos e dois meses encarcerado, por suspeita de comandar assassinatos e outros crimes conexos. Acabou solto por excesso de tempo na prisão preventiva.
O que diz Juan José Arocena Fernandez:
A defesa não foi localizada. Em juízo, admitiu que comprava armas, mas não sabia que seriam revendidas a criminosos.