O hino do Grêmio tocava baixinho onde André Armindo Michel era velado na noite desta quarta-feira (15), uma sala do Memorial Krause, em Novo Hamburgo, decorada com coroas de flores e camisetas do tricolor gaúcho. Natural de Campo Bom, o gerente de vendas é uma das 62 pessoas que perderam a vida na queda do avião da Voepass, no interior de São Paulo.
Foi uma escolha da esposa, Clair Goreti Michel, 51 anos, e da sobrinha, Bianca Faller, 31 anos, que o "Até a pé nós iremos" embalasse a despedida do homem considerado o elo de uma família estruturada em cinco filhos. Ele era o penúltimo irmão e aquele em quem os pais já idosos se apoiavam emocionalmente. André tinha 52 anos.
— Ele era o cara que unia a família. Era festeiro, queria reunir todos em casa e ajudava todo mundo. E era muito presente na vida dos meus avós. Não era suporte financeiro, era emocional mesmo — conta Bianca.
Fã de Alceu Valença, Renato Teixeira, Kleiton e Kledir e Ivete Sangalo, André atuava como gerente regional de vendas e consultor empresarial de uma empresa baseada em Minas Gerais. Durante quatro anos morou na Bahia, retornando a Campo Bom em 2022. Viajava a trabalho todas as semanas e havia ido a Cascavel para tratar de negócios.
Segundo a sobrinha, o corpo de André foi levado ao IML no domingo à tarde, dois dias após a queda do avião. Na terça-feira (13) os familiares foram avisados que ele havia sido devidamente identificado. Ela afirma que a Voepass cuidou de toda a burocracia para fazer o traslado do corpo, que chegou ao Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira (14).
— Ficamos bastante tempo esperando o corpo dele. Foi angustiante. A gente não dorme desde sexta-feira (dia do acidente) — relata.
Além de irmãos, pais, esposa, sobrinhos e amigos, André Armindo Michel deixa uma filha, Caroline Leal Michel, 13 anos. Seu corpo será cremado no Memorial Krause às 15h desta quinta-feira (15).