Os moradores da Ilha dos Marinheiros, localidade em Rio Grande, no sul do Estado, estão isolados após a interdição da ponte que liga a região ao centro da cidade e por não conseguirem utilizar o serviço de saída por meio da Lagoa dos Patos. A estrutura precisou ser bloqueada pois havia risco de colapso.
O recalque da ponte foi totalmente danificado por causa da enchente de maio. A estrutura já havia sofrido danos em setembro de 2023 pelo mesmo motivo. Por causa dos estragos, o Gabinete de Programas e Projetos Especiais (GPPE), setor responsável pelas obras na prefeitura do Rio Grande, interditou totalmente a ponte na última terça-feira (2).
Sem a ponte, para sair da Ilha dos Marinheiros — que fica a 30 quilômetros do centro da cidade — os moradores precisam se deslocar até o Porto Rei, píer onde proprietários de embarcações habilitados pela Capitania dos Portos oferecem serviços particulares de travessia até Rio Grande. O valor da viagem é R$ 5. Porém, por causa da enchente, as estradas até o píer têm trechos alagados.
Em vídeo publicado nas redes sociais no último domingo (30), o prefeito Fábio Branco (MDB) afirmou que um micro-ônibus foi colocado dentro da ilha para fazer o transporte das pessoas da região central da localidade até o Porto Rei. Na terça-feira, a prefeitura afirmou que o micro-ônibus circularia em dois horários: às 7h e às 16h. A capacidade do veículo seria de 20 pessoas.
Até a manhã desta quarta-feira (3), o veículo não tinha circulado. A assessoria de comunicação da prefeitura afirmou que “ele começará a circular quando a estrada estiver seca”.
Enquanto isso, os moradores da região se sentem presos e isolados:
— Ainda não vimos esse micro circular, não temos como sair daqui e caso alguém precise de serviço de saúde urgente provavelmente vamos ver o pior acontecer. Já tivemos experiências disso — disse Viviane Alves, moradora da região.
Além disso, a Unidade Básica de Saúde da Ilha dos Marinheiros foi afetada pela enchente e está com os serviços suspensos para que manutenções sejam realizadas no prédio.
O responsável pelo GPPE, Gilberto Arabidian, disse que estão sendo contratados estudos para identificar o que será necessário para reconstruir a ponte.
— O município está trabalhando a respeito de implementar uma balsa. Já tentamos em várias esferas como Defesa Civil, Marinha, Exército, de várias formas para que a balsa faça essa ligação das pessoas com o continente. Junto a isso estamos, vendo a possibilidade de aumentar o número de viagens da travessia do Porto Rei. Mas a prioridade é o aluguel de uma balsa — explicou.