A Polícia Federal (PF) realiza a operação Narcopesca nesta terça-feira (2) e cumpre três mandados de prisão e seis de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro contra um grupo que enviava grandes carregamentos de droga para a Europa e África, escondidos em barcos pesqueiros.
A ação é um desdobramento da operação Hinterland, realizada em março do ano passado, que desarticulou um grupo ligado a empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande e Itajaí, em Santa Catarina, usadas para o tráfico internacional de drogas.
Nesta terça-feira, três pessoas foram presas em Angra dos Reis (RJ), Florianópolis e Itajaí. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Rio Grande, além de outros três em Itajaí, em Itapema e Florianópolis, em Santa Catarina.
As ordens judiciais expedidas pela 22ª Vara Federal de Porto Alegre autorizaram o sequestro de nove embarcações, sendo que somente uma foi localizada, 13 imóveis, 11 ordens de sequestro de veículos, com quatro localizados até o final da manhã desta terça e bloqueio de 12 contas bancárias de pessoas físicas e sete de empresas.
Durante a investigação, iniciada em março de 2023, a PF comprovou que essa organização criminosa enviou aproximadamente 4,6 toneladas de cocaína para Europa e recebeu cerca de 3 toneladas de haxixe.
Alguns dos alvos da operação desta terça-feira estão relacionados a uma investigação iniciada quando um grupo foi preso tentando inserir 21 quilos de cocaína no casco de um navio que partiria do Porto de Rio Grande para Portugal no começo deste ano. Eles poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Se condenados, estarão sujeitos a uma pena de até 33 anos de prisão.
Operação Hinterland
As investigações da operação Narcopesca tiveram início após a deflagração da Operação Hinterland, ocorrida em março de 2023, voltada à repressão tráfico internacional de drogas, por meio marítimo, da América do Sul para a Europa.
Na ocasião, 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal do Brasil cumpriram 534 ordens judiciais, incluindo 17 mandados de prisão preventiva, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, bem como na cidade de Assunção, no Paraguai.