Um morador de São Leopoldo, no Vale do Sinos, não consegue há dois meses acesso ao Auxílio Reconstrução do governo federal porque foi dado como morto após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. Mas ele está vivo.
Geremias Izaias Porto Costa conta que a casa que tinha na Rua Lindomar de Borba, no bairro São Miguel, ficou debaixo d’água por quase um mês. Tudo o que ele tinha foi destruído. O benefício — no valor de R$ 5,1 mil, destinado a quem sofreu perdas durante a enchente — ajudaria no recomeço.
Em 27 de maio, ele fez o cadastro para o pedido junto à prefeitura, etapa necessária para que houvesse futura avaliação e liberação pelo governo federal. O Executivo municipal enviou os dados, no entanto, ao acessar a plataforma do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Costa foi surpreendido com o aviso de que o benefício não foi liberado porque "o responsável familiar possui indicativo de óbito".
— Eu tentei por três vezes no total. Em cada tentativa, tinha que esperar dias até que viesse o resultado. E o resultado era sempre o mesmo: de que eu estava morto — lembra Costa.
Ele conta que procurou a prefeitura, a polícia e um cartório, mas não conseguiu regularizar a situação. Também não obteve esclarecimentos a respeito do que ocasionou o problema ou como poderia resolvê-lo.
De acordo com a prefeitura de São Leopoldo, Costa foi recebido no centro administrativo e um protocolo junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional foi aberto para tentar resolver o problema.
Ao g1, o ministério admitiu o erro e afirmou que a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), órgão responsável pelo sistema onde o benefício é solicitado, trabalha para regularizar o CPF de Costa. Não detalhou, no entanto, como o erro aconteceu.
—É difícil. A gente precisando desse dinheiro e acontece uma coisa dessas. É muito difícil — desabafa Costa.