Em muitos pontos das regiões atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul as contas de energia elétrica seguem não sendo entregues nas casas. Na área atendida pela CEEE Equatorial, a previsão era que a fatura de maio viesse junto com a de junho. Entretanto, os problemas na medição do consumo e entrega do documento seguiram neste mês e, em algumas áreas, poderão se repetir em julho. A previsão da concessionária é que o serviço comece a normalizar a partir de agosto.
— Havia a informação de não haver faturamento em maio, nas áreas de enchente e de alagamento. Ocorre que em junho e, provavelmente, em julho, ainda haverá dificuldades em alguns locais. É o caso do centro de Porto Alegre, onde temos painéis de medidores que ficam no subsolo dos prédios. Então, ainda assim, a gente não consegue entrar e verificar os medidores para fazer a leitura correta — explica Alessandro Trindade, executivo de Relacionamento com o Cliente da CEEE Equatorial.
A orientação para quem não recebeu a cobrança é tentar acessar a segunda via do documento, no site da concessionária ou entrando em contato nos canais de atendimento. Caso haja a fatura, o pagamento pode ser feito sem multa por atraso. Uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu até agosto a cobrança de multas por atraso, juros, correção monetária e o corte de energia por inadimplência para clientes de áreas inundadas.
Se não houver conta em aberto no sistema, é necessário esperar até a normalização do serviço. De acordo com a CEEE Equatorial, o valor da fatura não irá acumular. Outra resolução da Aneel também prevê a cobrança parcelada, no mínimo, pelo dobro do número de meses em que a entrega do documento deixou de ser feita.
— Famílias que ficaram fora de casa provavelmente não têm tanto consumo a recuperar, mas, mesmo assim, se houver, será cobrado parcelado. Se eu deixei de faturar maio e junho e em julho eu consegui faturar, em julho vem uma fatura proporcional ao consumo de 30 dias. A partir de agosto, esses dois meses que eu deixei de faturar, esse consumo vem parcelado em 4 vezes nas faturas subsequentes — projeta Alessandro Trindade, Executivo de Relacionamento com o Cliente da CEEE Equatorial.
Segundo a concessionária, as principais áreas que seguem com problemas na cobrança são as regiões de alagamento ou nas proximidades, como em Eldorado do Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro, Charqueadas e em Porto Alegre, nos bairros Sarandi, Humaitá e Centro Histórico.
CEEE Equatorial e RGE firmaram um acordo com Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul para suspender a cobrança da conta de luz de consumidores que ficaram com o medidor inacessível durante a enchente do mês de maio. A medida, no entanto, não isenta os moradores afetados de pagar a conta futuramente.