O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (28), disse que a reconstrução da malha elétrica no Estado será um processo lento.
— O trabalho vai naturalmente ser mais lento, porque são os locais mais afetados que nós precisamos restabelecer com um nível de segurança maior, são redes de média e de baixa tensão que foram destruídas. O ministro destaca que os danos giram em torno de R$ 1,1 bilhão.
Dentre as iniciativas que o ministro afirma que a pasta irá realizar, está o de bombeamento da água nas áreas que o nível ainda não baixou. Somente com a água baixa é que as equipes de serviço das empresas de energia conseguem iniciar os reparos. A previsão é de que dois equipamentos de sucção sejam instalados ainda na tarde desta terça-feira na Região Metropolitana. Mais 23 aparelhos semelhantes serão enviados ao Estado, mas não foi informado a previsão de chegada dos mesmos.
— Hoje à tarde nós começaremos uma grande ação na Região Metropolitana com esses equipamentos, para que gente consiga fazer a água baixar o mais rápido possível. E aí vamos entrando para restabelecer a energia que é tão fundamental para estabelecer a dignidade da população — afirma Alexandre.
Questionado sobre o quanto as burocracias poderiam atrasar o serviço de reconstrução da rede de energia elétrica das áreas mais afetadas, o ministro garantiu que não haverá empecilhos para restaurá-las.
— Os danos foram muito vigorosos, na área do setor elétrico eu tenho mais facilidade de dar resposta rápida, porque o setor elétrico é privatizado. Então, as empresas têm condições de realmente restabelecer, assim que a água baixe. É claro que é um setor que depende de segurança, nós não podemos avançar com a energia elétrica nas residências, principalmente naquelas regiões que foram mais danificadas, sem ter uma revisão da rede elétrica como um todo.
Atualmente, há cerca de cem mil pontos sem energia elétrica no Rio Grande do Sul. Também não há previsão de quando esse serviço será integralmente restabelecido. Silveira afirma se tratarem de casos mais delicados, pois foram as redes mais afetadas pela enchente. Para este fim, a pasta já designou mais de cem especialistas em redes subterrâneas de energia elétrica para atuar na reconstrução de duas subestações na Capital.
Quando perguntado se há algum plano que evite o alagamento das regiões, o ministro afirmou que é importante realizar um estudo científico para compreender o fenômeno que aconteceu. Também destaca a importância de haver planejamento urbano nas cidades.
— Nós sabemos que há um avanço urbanístico inadequado e isso não é demérito do Rio Grande do Sul, no Brasil inteiro aconteceu isso. Em algumas áreas ultrapassou o limite e chegou muito perto de um aviltamento à natureza, mas agora todos nós nos unimos no sentido de ter um planejamento seguro.