O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou por intolerância religiosa a empresária e influenciadora Michele Dias Abreu por associar a tragédia climática do Rio Grande do Sul às religiões de matriz africana.
A mulher de 43 anos é moradora de Governador Valadares, que fica localizada na Região dos Vales de Minas Gerais. As postagens dela nas redes sociais repercutiram nas últimas semanas. No Instagram, Michele se descreve como cristã, mãe, esposa e empreendedora.
O perfil conta com mais de 30 mil seguidores e está "fechado". Isso significa que a influenciadora decidiu que apenas pessoas que a seguem podem ver suas publicações.
De acordo com o MP, em 5 de maio, ela publicou um vídeo no qual diz: "eu não sei se vocês sabem, mas o estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando sobre algo que ia acontecer no Rio Grande do Sul, devido à ira de Deus mesmo". O vídeo chegou a três milhões de visualizações.
Na denúncia, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira afirma que, como o perfil era público e tem milhares de seguidores, além de praticar o crime, a mulher também induziu outras pessoas à discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de matriz africana.
Como medidas cautelares, a promotora de Justiça pede que a mulher fique proibida de ausentar-se do País sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul.
Em caso de condenação, a pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. A reportagem do Estadão tentou buscar alguma outra forma de contatá-la, mas não foi possível. Também não foi identificada a defesa de Michele.