A água que tomou a Avenida Mauá, no início da manhã, segue subindo sem trégua em direção a outras ruas do centro de Porto Alegre. A Praça Parobé, o Largo Visconde do Cairú e a Avenida Júlio de Castilhos são alguns dos pontos onde o alagamento já é significativo. A maior parte dos estabelecimentos no entorno está fechada.
O movimento é de pessoas deixando o centro para retornar às suas casas. Diversas ruas de acesso ao centro da Capital estão bloqueadas neste momento. O apelo da prefeitura é para que as pessoas evitem circular pela região.
Pela Rua Siqueira Campos, no começo da tarde, o único movimento era de pedestres. Pessoas no caminho de volta para casa, após o comércio ter sido fechado no centro da Capital. Alguns paravam para registrar a água, com fotos e vídeos. Nesse momento, o Guaíba já alcançava boa parte da via, entre a Avenida Sepúlveda e as proximidades do Gasômetro. Na Sepúlveda, onde sacos de areia foram empilhados em frente à portas e janelas na tentativa de impedir a entrada da água, carros estacionados estão submersos.
Sem a habitual circulação de carros, as ruas estão silenciosas. Ouve-se mais o som das vozes comentando a tragédia sem presentes que assola o Estado e avança pelas ruas de Porto Alegre.
— É a natureza — busca se conformar uma pedestre.
Mercado Público
Perto dali, o Mercado Público está de portas fechadas. Ao longo da manhã desta sexta, comerciantes encerraram as atividades, prevendo a chegada da água. Quem ainda se aventurava a fazer compras, deixou o local às pressas. Proprietários retiravam os produtos, com receio de que a água pudesse causar ainda mais prejuízo.
Na Praça Parobé, por volta das 11h30min, a água já tomava o entorno. o Largo Visconde do Cairú estava submerso e as águas avançaram em direção à Júlio de Castilhos. Havia ali também quem parasse para fazer algum registro.
Moradora da zona sul, a auxiliar de cozinha Rita dos Santos, 44 anos, que trabalha num restaurante na Siqueira Campos, aguardava o momento de voltar para casa. O restaurante foi fechado porque a água já estava na calçada.
– Impressiona, claro, o alagamento. É muita água. Subiu muito rápido – diz.
Rita foi uma das pessoas que seguiu a orientação da prefeitura de deixar o local. Ruas de acesso a parte mais baixa do Centro seguem bloqueadas pela EPTC. Em vias como a Borges de Medeiros e a Salgado Filho, onde o trânsito é permitido, o momento é intenso, especialmente nas paradas de ônibus. Quem precisou abandonar o Centro da Capital busca um meio de chegar em casa.