O governador do Estado, Eduardo Leite, publicou em rede social na noite de quinta-feira (2) apelo para que as Forças Armadas destinem os quatro helicópteros disponíveis no RS — dois Black Hawk e dois Panther — no resgate das pessoas que estão refugiadas nos telhados de suas casas, no Vale do Taquari. Haveria pelo menos 70 pedidos de socorro na região.
— São 8h30min. Ao longo do dia, nossos helicópteros, com apoio de aeronaves de outros Estados, estiveram em campo para resgatar muitas vidas. Mas eles não têm capacidade de voo noturno, como os das Forças Armadas. Da Força Aérea, dois Black Hawk. Do Exército, dois Pantera. Esses quatro helicópteros têm capacidade de voar à noite — apontou o governador.
Leite reconheceu, no entanto, que a capacidade de realizar voos noturnos está subordinadas às condições climáticas, mas reforçou o pedido para emprego do recurso no Vale do Taquari.
— O que eu estou aqui apelando, rogando... estou em contato com o general que comanda esta operação, e confiamos nas nossas Forças Armadas, peço que dentro do possível, sejam empregados nesta noite e madrugada críticas, especialmente no Vale do Taquari — afirmou o chefe do Executivo estadual.
O governador disse que estão em jogo dezenas, talvez centenas de vidas. Conforme ele, haveria pessoas nos telhados de casas em Lajeado, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul entre outras cidades do Vale do Taquari. No entendimento da força-tarefa coordenada pela Defesa Civil do Estado, a atuação destas aeronaves é considerada determinante para evitar mais perda de vidas.
O que diz o Comando Militar do Sul
A Comunicação da Operação Taquari 2, unidade formada pelo Comando Militar do Sul para o suporte humanitário na calamidade, informou que as duas aeronaves de Santa Maria são da FAB (Força Aérea Brasileira) e estão operando o dia todo, inclusive à noite.
"Elas operam de Faxinal do Soturno até Candelária, realizando resgates e evacuações. Já os outros dois helicópteros que estão na Base Aérea de Canoas, são do Exército e chegaram hoje ao RS, oriundos de Taubaté-SP", explicou a nota remetida à Redação.
Segundo o texto, assim que chegaram, eles (os helicópteros) foram encaminhados imediatamente para Lajeado, mas por conta do mau tempo, visando a segurança de todos, não puderam operar e retornaram para a Base. "Eles aguardam a melhora na visibilidade para voar e realizar os resgates, o que pode ocorrer a qualquer momento", conclui a nota.
A Comunicação da Operação Taquari 2 informou também que os helicópteros que operam entre Santa Maria e Candelária, continuarão nessa região enquanto houver resgates a serem feitos.
Calamidade pública
O governo do Estado declarou, na noite de quarta-feira (1º), estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul devido às chuvas intensas. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado.
O texto destaca que o Estado é atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de nível III, caracterizados por danos e prejuízos elevados.
Os eventos meteorológicos, que ocorrem desde 24 de abril, ocasionaram "danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas", descreve o decreto, que ficará em vigor por 180 dias.