A barragem de Dona Francisca, na Região Central, acionou o Plano de Ação de Emergência após registrar níveis históricos de vazão de água. A informação foi divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na terça-feira (30) e atualizada neta quarta (1º).
Conforme o comunicado, a avaliação do cenário é de nível de atenção, o que gera comunicados para a Defesa Civil estadual e municipal afim de realizarem medidas preventivas.
O prefeito de Dona Francisca, Olavo Cassol, diz que o cenário é de alerta no município. Contudo, destaca que não há risco de rompimento da barragem, segundo informações que ele relata ter recebido dos gestores da usina hidrelétrica responsável pela estrutura de 610 metros de comprimento e 51 metros de altura.
— Não tem risco iminente de rompimento. É uma barragem nova — disse Cassol.
No comunicado, a Aneel informa que “foram verificadas afluências históricas na usina, atingindo a capacidade máxima do vertedouro (vazões de 10.600 m³/s, equivalente a cheia decamilenar da barragem)”.
O comunicado destaca ainda as regiões de impacto imediato e secundário.
“A população afetada presente na Zona de Autossalvamento (ZAS) está localizada nos municípios gaúchos de Nova Palma, Agudo, Dona Francisca, perfazendo um total de 640 pessoas. Já na Zona de Segurança Secundária (ZSS), a população afetada perfaz um total de 5.270 habitantes, localizados nos municípios de Faxinal do Soturno, São João do Polêsine, Restinga Seca, Paraíso do Sul, Formigueiro, São Sepé e Cachoeira do Sul”, diz trecho do comunicado.
Defesa Civil fala em retirada preventiva de moradores
O coordenador da Defesa Civil da Região Central do Estado, coronel Jacob Aristeu Pinton, confirma que o órgão recebeu alertas de atenção envolvendo tanto a barragem de Dona Francisca quanto a de Itaúba, que fica entre os os municípios de Pinhal Grande e Estrela Velha.
— Pela Defesa Civil recebemos as notificações e demos início às ações de preparação, com a retirada antecipada de todos os moradores das áreas de inundação, chamadas de zonas de autosalvamento e de salvamento secundário. Essa manobra foi desencadeada pelas prefeituras por meio dos planos de contingência. As comunidades ribeirinhas estão sendo informadas desde o início da elevação. Estamos fazendo uma verificação de eventuais famílias que estão ilhadas para proceder o resgate aéreo com apoio das aeronaves da Força Aérea Brasileira — destacou o chefe da Defesa Civil da região.
Chuva no RS
A chuvarada que atinge o Rio Grande do Sul desde o início da semana causa transtornos e prejuízos em diferentes regiões. Conforme o mais recente balanço da Defesa Civil, divulgado na manhã desta quarta-feira (1º), já são 10 mortes confirmadas e ao menos 21 pessoas desaparecidas.
As regiões mais críticas
As principais regiões afetadas pela chuvarada são a Metropolitana, Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e serra gaúcha.
Veja, nos links, a situação em algumas cidades gaúchas:
- Santa Maria: 11 pontes danificadas e 70% da cidade sem água
- Encantado: "Começou a estalar e depois veio a casa", conta morador
- Sinimbu: prefeita relata cenas de destruição no município
- Guaporé: mais de 80 casas alagadas e famílias desabrigadas
- Esteio: "Eu nem sei como está agora e o que deu para salvar", diz morador
- São Sebastião do Caí: quase 300 pessoas fora de casa em razão da cheia do rio
- Candelária: cerca de 120 pessoas seguem no aguardo de ajuda e 56 foram resgatadas