Um grupo de prefeitos da Zona Sul do Estado esteve reunido, na tarde desta quarta-feira (3), com a presidência da CEEE Equatorial, em Porto Alegre, para exigir respostas mais rápidas da concessionária em relação à falta de energia elétrica. Centenas de pontos seguem desabastecidos desde 21 de março, quando uma tempestade atingiu a região.
Em Cerrito, a prefeitura estima aproximadamente 300 locais ainda sem luz, incluindo escolas — que estão com as atividades suspensas há duas semanas. O município, inclusive, chegou a decretar situação de emergência e cobrou providências junto ao Judiciário.
Após a reunião com a CEEE Equatorial, o prefeito Douglas Rodrigues da Silveira falou a GZH que a promessa da distribuidora é de que a energia seja restabelecida até sexta-feira (5).
— Tu vai me perguntar se eu acredito nisso. Te digo que não. Do jeito que tá, não vão conseguir resolver até sexta.
No encontro, os prefeitos de Arroio Grande, Canguçu, Cerrito, Jaguarão, Pedro Osório, Piratini e Turuçu relataram a realidade vivenciada pelos moradores e cobraram um plano de ação para que a população não fique mais desassistida. No entendimento dos prefeitos, o trabalho realizado pela concessionária para retorno da energia elétrica não é satisfatória.
— Não é aceitável uma família ficar 14 dias sem um bem essencial, que é a energia. Colocamos para o presidente (da CEEE Equatorial) o que acontece, o que nós, lá na ponta, estamos vendo: equipes que não se entendem e não conseguem resolver o problema. A empresa coloca gente lá que não conhece o Interior, especialmente, e não resolve o problema. Levantam um poste aqui e deixam 10 pra trás — destaca o prefeito de Cerrito.
Conforme Silveira, no encontro, o presidente da CEEE Equatorial comunicou que um novo superintendente assumirá a região, e que haverá uma reestruturação no modelo de atendimento, incluindo novas gerências para aproximar o contato da empresa com as prefeituras.
Ação judicial
Na semana passada, o Judiciário aceitou um pedido da prefeitura de Cerrito para restabelecimento da energia elétrica no município. O juiz Marcelo Malizia Cabral chegou a determinar multa diária de R$ 50 mil à concessionária caso a energia elétrica não retornasse até domingo passado.
O prefeito informou a GZH que, nesta quarta, a Justiça voltou a ser acionada. Desta vez, com uma ação coletiva de danos morais e materiais. Por meio da promotoria local, o município busca o ressarcimento das famílias atingidas.