Pelo 14º dia seguido, pelo menos 300 locais seguiam sem energia elétrica em Cerrito. O município do sul do RS foi o mais afetado pelo temporal do dia 21 de março. A falta de luz tem tornado ainda mais difícil o trabalho de reconstrução.
O prefeito Douglas Silveira esteve Porto Alegre na tarde desta quarta-feira (3) para cobrar agilidade da CEEE Equatorial nos reparos. Outros prefeitos do sul do Estado acompanharam o encontro.
Quatro escolas da zona rural estão com as aulas suspensas desde a tempestade. São três municipais: Escola Jaime Faria, Escola Reinaldo Karnopp e Escola Ulisses Guastucci e uma estadual, a Escola Adão Orlando Alves. O recesso escolar foi antecipado para que as atividades letivas não fossem prejudicadas.
— O recesso teoricamente acaba nesta semana e não sabemos ainda como vamos contornar a questão letiva sem luz nas escolas — relatou o prefeito Douglas Silveira.
As escolas Jaime Faria e Adão Orlando Alves dividem o mesmo terreno, e juntas estavam realizando uma obra no piso do ginásio compartilhado. Com a ventania, que chegou a 111 km/h, o telhado da estrutura desabou e destruiu tudo o que estava sendo construído.
Gilberto Maleki, de 79 anos, é comerciante na zona rural de Cerrito, e relatou que parte do telhado de sua mercearia quebrou com o vento. Além dos danos, a loja seguia sem luz e sem água nesta quarta-feira.
— Sem luz não conseguimos vender carne e bebidas geladas. Estamos trabalhando com produtos que não estragam. Na minha casa perdi muita coisa também, sou diabético e tive que descartar toda insulina que tinha — contou Maleki.
O comerciante diz que a família não tem condições de arcar com um gerador por muito tempo. Compraram um equipamento que é ligado duas horas ao dia para refrigerar produtos que estão em casa.
A cidade está em situação de emergência desde o dia 23 de março.