A principal hipótese para a queda do elevador de carga que causou a morte do operário Gabriel Oliveira Netto, 28 anos, em uma obra em Capão da Canoa, no Litoral Norte, na última segunda-feira (8) é uma ruptura na estrutura de ancoragem, que fixa e mantém conectado o equipamento ao prédio em obras. O caso é investigado pela Polícia Civil como acidente de trabalho.
A informação foi revelada pelo auditor-fiscal do trabalho Lúcio Debarba, que atua na fiscalização de obras no Litoral Norte.
— O elevador sempre é submetido a uma série de esforços, e um dos esforços é a tentativa do elevador de sair para fora da obra. Por isso a necessidade de ancorar ele junto à estrutura da obra. Então o fato de o elevador chegar no último pavimento e tombar, cair para fora, junto com a torre, indica que realmente rompeu a ancoragem — explicou.
O auditor ainda acrescenta que sinais de oxidação e soldas no equipamento corroboram com a hipótese. O material está com o Departamento de Engenharia do Instituto-Geral de Perícias, que analisa eventuais pontos de corrosão da estrutura, exames sobre os pontos de solda dos metais e análises sobre a manutenção preventiva do equipamento.
Esse tipo de acidente, conforme o auditor, é atípico e foi o primeiro registrado no Litoral Norte em pelo menos 10 anos.
— Eu fiscalizo obras do Litoral há mais de 10 anos e é primeiro acidente desta natureza. Não é comum acontecer a quebra de parte da estrutura, rompimento da torre onde fica presa a cabine e ela cair junto.
Uma série de normas é exigida para evitar esses acidentes. A principal mudança aconteceu em 2013, quando os elevadores com cabo de aço precisaram ser substituídos por elevadores tracionados por cremalheiras. A obra onde ocorreu o acidente possuía o equipamento correto.
A reportagem procurou a empresa PV Incorporadora, responsável pela construção do prédio onde o acidente aconteceu, que disse que aguarda a perícia para se manifestar e que a prioridade agora é o apoio à família da vítima.