Casas inteiras arrastadas, carros virados e entulho e lama pelas ruas compõem o cenário no município de Cruzeiro do Sul, de pouco mais de 12 mil habitantes, no Vale do Taquari. Conforme dados atualizados nesta quinta-feira (7) pelo governo do Estado, quatro pessoas morreram na cidade em decorrência da chuva e da enchente — incluindo um bebê de oito meses, cujo corpo foi localizado na quarta (6).
Mais de 1,3 mil pessoas estão abrigadas em quatro pontos de Cruzeiro do Sul. Pelas ruas, a manhã era de limpeza e de mobilização para ajudar as famílias atingidas. Muitas doações estão sendo recebidas, mas ainda há necessidade de materiais de higiene e limpeza.
Na Avenida Beira-Rio, que liga o município a Lajeado, o movimento era intenso nesta quinta-feira, com pessoas limpando e tirando a lama de dentro das residências, transportando donativos ou tentando salvar pertences retirados das moradias.
A cheia do Rio Taquari, no ponto de monitoramento de Lajeado, já pode ser considerada pelo menos a segunda maior da história desta bacia. A informação é do engenheiro hidrólogo Franco Buffon, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Já a quantidade de mortos por desastres naturais no Rio Grande do Sul é considerada a maior das últimas quatro décadas, conforme o governo estadual.
De acordo com o último balanço, divulgado na manhã desta quinta-feira, o número de mortos no Estado em decorrência das enchentes subiu para 39, em 11 cidades. Nove pessoas estão desaparecidas, todas no município de Muçum, também no Vale do Taquari.