No aniversário de seis anos, GZH traz histórias de pessoas que foram impactadas por reportagens publicadas no jornal digital. Uma dessas reportagens teve como protagonistas Asher Rubin e Elisabet Vivan, donos de uma loja de canetas no centro de Porto Alegre.
A loja 30 da Galeria do Rosário, no Centro Histórico de Porto Alegre, é uma prova para os colecionadores de caneta que os itens continuam populares mesmo na era digital. Asher Rubin, 71 anos, viu seu negócio de venda dos instrumentos de escrita crescer após a reportagem de GZH, publicada em 2021, que detalhou a expansão do portfólio em meio à pandemia. A loja Rei das Canetas se reinventou e consolida seu sucesso até os dias de hoje.
— Eu não tinha a dimensão do que seria essa matéria. Ela nos trouxe muitos benefícios, teve uma repercussão incrível, muito boa e positiva. Sou grato até hoje — contou Asher, que comanda a loja com Elisabet Vivan, 70 anos, sua esposa há 33 anos.
Diversos clientes entraram no estabelecimento durante a entrevista. O casal preza pela boa relação com os potenciais compradores que chegam ao local de apenas 6m², mas que enriquece o negócio pelo enorme "arsenal" de canetas e outros materiais.
Inaugurada em 1958, a loja foi comprada por Asher Rubin de um tio, em 1988. Atualmente, ele calcula ter centenas — talvez quase mil — canetas disponíveis para os clientes que quiserem adquiri-las. Outros produtos, como refis de carga e estojos para guardar os itens, também são vendidos.
Em plena era digital, Asher e Elisabet precisaram se reinventar para continuar vendendo o produto, especialmente com as dificuldades estabelecidas pelo distanciamento social para frear a disseminação da covid-19.
— A palavra que todo mundo usa e eu precisei usar também: eu me reinventei. Aprendi, aos 70 anos, a lidar com Instagram, Facebook, WhatsApp. Eu desenvolvi e consegui sobreviver (com o negócio) nessa época — conta Asher.
Público fiel
O bom relacionamento faz com que a clientela seja mantida por muito tempo. De acordo com Asher, muitos colecionadores, médicos e funcionários públicos são clientes fixos, mas também há aqueles que precisam do produto para situações específicas. A reportagem presenciou, por exemplo, o momento em que um casal comprava uma caneta para enviar a um familiar na Espanha, o que possibilitou brincadeiras de Asher:
— Para a Espanha? Mas a caneta só escreve em português — exclamou o dono, aos risos.
Os momentos de maior procura por canetas são as festas de final de ano e o período de formaturas, entre julho e agosto.
Futuro da loja
Asher e Elisabet não sabem como será o futuro da loja. Sem filhos, eles ponderam sobre o que será feito do empreendimento quando eles não tiverem mais condições de cuidar dele.
— Colocar um funcionário a mais aqui ficaria um pouco complicado (devido ao espaço da loja e custos). O plano seria vender, passar o ponto, algo assim, e continuar trabalhando em casa, online, fazendo entregas. — relatou Asher.
Embora o futuro seja incerto, o casal tem a certeza de que, enquanto estiverem juntos e com condições, a loja Rei das Canetas vai se manter de pé, sempre prezando pelo bom atendimento e pela qualidade nas vendas na loja 30 da Galeria do Rosário.
*Produção: Nikolas Mondadori