As duas fontes de Césio-137 que estavam desaparecidas desde o último 29 de junho foram encontradas, nesta segunda-feira (10), em uma empresa que faz revenda de sucata, em São Paulo. A informação é da Polícia Civil de Minas Gerais, que não citou o município paulista onde o conteúdo radioativo foi localizado.
A suspeita é de que o Césio-137, armazenado em duas cápsulas de aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, tenha sido furtado de uma das unidades da mineradora AMG Brasil, na cidade de Nazareno, no sul de Minas Gerais.
Usado em equipamentos medidores de densidade, o material não é considerado de alta periculosidade pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), conforme a maneira como estão armazenados, mas pode causar danos à saúde se for manuseado de forma inadequada.
De acordo com a polícia, o material está sob a análise pericial da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e a mineradora já foi informada sobre a localização das caixas. Não há ainda informações de como o material foi parar na empresa de sucatas. Conforme a Polícia Civil, as investigações estão em andamento, de forma sigilosa.
Em nota, a CNEN informou que a comissão foi notificada por funcionários da empresa onde as fontes de Césio-137 foram encontradas, na manhã desta segunda, e que já encaminhou técnicos para o local. Ainda segundo o órgão, as caixas com o conteúdo radioativo serão levadas para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da CNEN em São Paulo, onde serão avaliadas "quanto à integridade, taxas de dose, condições de uso, dentre outras".
Também por meio de comunicado, a mineradora AMG Brasil informou que os equipamentos encontrados, que são medidores de polpa, serão encaminhados à empresa "de acordo com as orientações de manipulação e segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear".
"Reafirmamos o nosso compromisso de atuar de maneira responsável perante os nossos times e comunidade. Além disso, agradecemos o empenho e a colaboração de todos, bem como a participação dos órgãos e entidades que estão atuando ativamente nas investigações que resultaram na bem-sucedida localização dos equipamentos", disse a AMG Brasil, nota.
Após o desaparecimento das caixas, a mineradora registrou um boletim de ocorrência. Também iniciou uma investigação interna e independente para apurar como o material foi possivelmente furtado da própria unidade.
Pelas normas da CNEN, as fontes contidas nos equipamentos furtados são classificadas como "Categoria 5, Baixo Risco" e não são perigosas enquanto estiverem sendo "utilizadas nos medidores de densidade de polpa ou preservadas as suas características originais de proteção (blindagens e revestimento)", informou a mineradora.
"No entanto, a AMG Brasil alerta que o manuseio inadequado das fontes por pessoas sem conhecimento específico pode acarretar risco à saúde", completou.