A Polícia Civil trata como criminoso o incêndio que atingiu a Escola Municipal Nossa Senhora das Graças, em Capela de Santana, no Vale do Caí, na manhã desta segunda-feira (24).
Conforme o delegado Fabio Motta Lopes, que investiga o caso, duas alunas são suspeitas de começarem o incêndio que atingiu a escola. Conforme depoimentos colhidos pela polícia, as duas foram as últimas a entrar no banheiro onde as chamas se iniciaram.
A mais nova delas saiu do local pouco antes do incidente com um bilhete na mão e mostrou para uma professora, afirmando não ter lido antes de entregá-lo. Nele, estava escrito que a escola pegaria fogo caso não fosse fechada.
A estudante foi ouvida pela polícia na manhã desta segunda acompanhada dos pais. Segundo os investigadores, ela atribuiu a culpa do incêndio à colega mais velha. Outros estudantes que prestaram depoimento afirmam que ambas entraram juntas no banheiro.
A aluna mais velha foi ouvida na tarde desta segunda-feira e também negou envolvimento no caso. Conforme o delegado, ela admitiu que foi ao banheiro próximo do momento do fato, mas colocou a culpa na outra colega.
O delegado afirma que os depoimentos reforçam a tese de que a ação não foi arquitetada:
— Não foi uma atitude premeditada. Pode ter sido até brincadeira de mau gosto, em que elas não tinham ideia da proporção de que isso poderia tomar. Mesmo assim, não deixa de ser crime.
Nesta terça-feira, o delegado Fabio Lopes terá uma reunião com a promotoria de Justiça de Portão, responsável por Capela de Santana.
— O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê desde uma simples advertência para adolescentes infratores até uma medida mais extrema, que é a internaçao. Nesse caso, em tese, é possível pensar em uma internação provisória em virtude da gravidade do fato. Mas essa seria uma atribuição do Ministério Público — explica.
Ainda conforme o delegado, a investigação não apontou indícios de omissão ou algo que possa responsabilizar os pais das adolescentes pelo caso.
A escola possui câmeras de segurança, que devem ser analisadas pela polícia na investigação. Durante a tarde, o Corpo de Bombeiros esteve no local para avaliar a estrutura das salas destruídas pelo incêndio.
O banheiro onde as chamas começaram era utilizado pelos funcionários e servia também como espécie de área de serviço. Nele, havia produtos de limpeza, que também pegaram fogo. O teto do local foi totalmente consumido.
As chamas se espalharam para um laboratório de informática, ao lado do banheiro onde o fogo se iniciou, e também destruíram praticamente toda a instalação. Uma sala de aula também foi atingida. Nela, uma parte do forro queimou, além das paredes.
No chão, muitos destroços ficaram espalhados. Materiais viraram pedaços de carvão espalhados pelo chão.