O acúmulo de lixo no Rio Passo Fundo reduziu pela metade entre 2020 e 2022, de acordo com dados da secretaria de Meio Ambiente. Segundo a pasta, foram removidas 2,54 toneladas de resíduos do córrego no ano passado, metade do que foi retirado das águas em 2020, quando chegou a 5,65 toneladas de lixo.
O Rio Passo Fundo chamou atenção na década passada pelo grande volume de lixo localizado no manancial. Em 2011, uma operação removeu cerca de 100 toneladas de resíduos no local.
Desde 2014, a Prefeitura realiza um trabalho periódico que visa represar os detritos para não impactar na água da população. A secretaria de Meio Ambiente realizou a instalação de três barreiras de contenção no Rio Passo Fundo, com uma extensão de aproximadamente quatro quilômetros às margens da cidade.
A cada 15 dias, limpezas são realizadas nas contenções que represam o lixo. A cada semestre, uma limpeza no entorno do rio também é realizada. Outra ação é a disponibilização de sete contêineres para a população ribeirinha que vive às margens do riacho na área urbana, descartar seus rejeitos.
- Hoje nós temos uma outra realidade, com ações mais concretas e locais corretos para descarte. A comunidade está mais consciente. A cada ano, o número de lixo vem caindo - declara a secretária de Meio Ambiente, Gabriela Engers.
O promotor do Ministério Público Estadual, Paulo Cirne, que acompanha a situação desde a década passada, garantiu que não recebeu denúncias de poluição no rio nos últimos meses.
Ecoponto contribui para evitar poluição
Desde 2021, a Prefeitura disponibilizou o Ecoponto para a comunidade fazer o descarte correto dos resíduos sólidos, como entulhos, galhos e materiais volumosos. O espaço já absorveu 200 toneladas de lixo desde a abertura. O Ecoponto está localizado na Rua Jacinto Vila Nova, no bairro Annes.
Problema persiste em menor escala
De acordo com o diretor do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), Paulo Fernando Cornélio, o cenário do Rio Passo Fundo está melhor que nos últimos anos, mas o caso segue permanentemente no radar da entidade.
- Na questão de resíduos sólidos e lixo doméstico, o Rio Passo Fundo teve uma sensível melhora. Precisamos reconhecer. Entretanto, não podemos falar que estamos satisfeitos - declara Cornélio.
Preocupações ambientais
Avançar ainda mais é um dos desejos do Gesp. Segundo a entidade, o processo de educação ambiental da comunidade deve ser qualificado.
- As contenções diminuíram os resíduos, só que o problema persiste, mesmo que em menor quantidade. A população continua largando lixo em área de preservação permanente - disse Cornélio.
Outra situação apontada pelo Gesp é a presença de ocupações às margens do Rio Passo Fundo. A presença de residências às margens dos recursos hídricos impacta na qualidade da água.
- Ocupações em áreas periféricas dos recursos hídricos nos preocupam, porque impactam nos rios com resíduos, seja esgoto ou em matéria orgânica, lixo doméstico, plástico etc - pontua o diretor do Gesp.
Locais das barreiras de contenção
- Às margens da Rua Humberto de Campos, atrás de um hipermercado
- Às margens da Rua do Poder Legislativo, atrás da Câmara de Vereadores
- Às margens da BR 285, na ponte do bairro Cidade Nova.