Uma quantidade de lixo espalhada numa área maior que um campo de futebol. Essa é dimensão do montante de resíduos descartados irregularmente acumulado no Rio Gravataí, na altura da Vila Jardim Americana, em Cachoeirinha.
GZH esteve no local nesta terça-feira (7). Nesse trecho, não se vê água, somente sacos de lixo, latas, garrafas, pedaços de colchões, capacetes velhos, isopor, restos de móveis e vários tipos de plástico. O caso foi relatado pela Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí.
— A gente sabe que isso não é de agora, já vem de algum tempo, somado à estiagem. Mas já organizamos um comitê de emergência junto dos nossos parceiros, prefeitos, técnicos, pessoal que compõem os nove municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí para medidas emergenciais — afirma o prefeito Cristian Wasem.
Wasem ainda não sabe como todo esse resíduo será retirado do local, já que fica num ponto onde há um dique e há temor que possa se romper com eventual necessidade de uso de máquinas de grande porte. A ideia é, assim que removido, que o material seja exposto numa espécie de contêiner, em frente à prefeitura, para que a população possa refletir sobre o que foi lançado indevidamente nas águas. Autoridades se reúnem as 16h para decidir medidas a curto, médio e longo prazos para solucionar o problema.
— Há uma complexidade a ser superada no modelo de gestão das bacias hidrográficas do Rio Gravataí e Rio dos Sinos. A poluição dos mananciais hídricos, em razão dos descartes irregulares de resíduos, está em foco nos planos de bacia hidrográfica. Cachoeirinha busca implementação de políticas públicas envolvendo os setores da sociedade civil. Um dos exemplos é a instalação da ecobarreira no Arroio Passinhos — destaca Sueme Pompeo de Mattos, secretária de Sustentabilidade, Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cachoeirinha.
Integrante da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, Leonardo da Costa lembra que a estiagem tornou ainda mais visível um problema que já existe, que é o descarte irregular de resíduos nos arroios que desembocam no rio.
— A comunidade acaba, por diversos fatores, como descuido ou falta de uma conscientização ambiental, colocando lixo nos arroios e ele chega no Rio Gravataí. Acontece que esse lixo não veio só de um lugar. Ele vem de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Porto Alegre. Ele chegou e travou em Cachoeirinha — observa Costa, numa referência aos resíduos que não seguiram o curso da água, porque o nível está baixo e acabou ficando retido na vegetação.
GZH aguarda posição do Ministério Público para saber se tomará alguma medida diante da grande quantidade de lixo acumulada no Rio Gravataí.