Imagens mostram que uma área de 100 metros em um dos principais rios da Região Metropolitana de Porto Alegre está tomada de lixo. Garrafas de plástico, tampas de privada, isopor, frascos de inseticidas, embalagens de marmita, pneus e outros itens tomaram o espaço que seria da água. A situação do Rio Gravataí, em Cachoeirinha, impressiona moradores e autoridades, que denunciam o descarte irregular de resíduos no local. O problema foi tema de reportagem no RBS Notícias da noite desta segunda-feira (6).
São todos materiais que podem ser reciclados, mas que, descartados irregularmente, entopem o rio. Com a estiagem, o nível do Gravataí baixou muito, e todo o resíduo está boiando a céu aberto.
A Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí fez um levantamento da situação e pretende acionar o Ministério Público (MP).
— Isso é lamentável, mas não é algo que a gente pode chamar de um simples acidente. É uma sucessão de problemas que culminaram nisso aqui. Tanto uma questão de pessoas e entidades privadas que se acham donos da água, fazendo que a água do Rio Gravataí diminuía ao longo dos anos, e uma falta de atividade do poder público e da comunidade em si — diz Leonardo da Costa, presidente da entidade.
Risco ao Guaíba
As autoridades agora correm contra o tempo para montar uma operação urgente para retirar todo o lixo do rio antes da chuva, porque esses resíduos podem parar no Guaíba.
— Vamos fazer todo um levantamento para que a gente possa, então, junto com a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) estar providenciando uma ação conjunta para fazer, então, a limpeza desses resíduos — afirma Sueme Pompeo de Matos, secretária de Sustentabilidade, Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cachoeirinha.
O lixo foi lançado no rio ao longo do leito, que tem 39 quilômetros. O Gravataí nasce em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, e passa por seis municípios até desaguar no Guaíba, em Porto Alegre.
Por causa do quadro crítico do rio, que está muito baixo, a Prefeitura de Gravataí decretou situação de emergência. O prejuízo estimado é de R$ 4,5 milhões. Cinco mil pessoas já foram atingidas, principalmente na área rural.