Com duração determinada até o início da próxima semana (13), a Força Área Brasileira (FAB) criou, na segunda-feira (6), três corredores aéreos para saída voluntária do território yanomami. Com isso, Roraima aumentou o policiamento em Boa Vista e em mais quatro cidades, para coibir ações criminosas envolvendo os garimpeiros que deixam a terra indígena.
Conforme informações do Jornal Nacional, da Rede Globo, a Polícia Federal voltou a fazer diligências na comunidade Homoxí, onde, na segunda, um indígena foi morto e outro ferido por garimpeiros. As forças policiais investigam a denúncia de que haveria mais dois corpos de indígenas na floresta.
Helicópteros da FAB e da Secretaria de Saúde Indígena seguem fazendo o transporte dos yanomami doentes das comunidades para o posto de saúde na Base de Surucucu. Segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena, há uma fila de 14 mil yanomami, espalhados em 180 comunidades, à espera de atendimento.
Segundo a Funai, muitos garimpeiros estão se apropriando da ajuda humanitária enviada aos indígenas.
— Por conta dessa pressão que eles estão sentindo, os garimpeiros, de não conseguirem mais levar, principalmente os insumos, eles estão buscando alimentos que nós estamos enviando para os indígenas. Buscando de várias formas, até mesmo em situações de violência. Então, nós precisamos fortalecer ainda mais a presença do Estado lá na região — diz Lúcia Alberta Andrade, diretora de promoção e desenvolvimento sustentável da Funai.
A fuga dos municípios que estão na chamada Rota do Garimpo, ocorre pelos rios, à pé pela floresta e pelo ar. A saída destas regiões que dão acesso à terra indígena é motivada pela operação do governo federal, programada para os próximos dias, para a retirada de milhares de garimpeiros da maior reserva indígena do Brasil.
— Os nossos policiais estão preparados. Estão no terreno, observando esse fluxo migratório e, se depararem com qualquer ilícito, irão fazer o seu serviço — afirma o comandante do policiamento de Boa Vista, Igo Mayko Evangelista de Lima.
Em Brasília, o governador de Roraima se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD. Antônio Denarium, do PP, propôs a criação de programas sociais para os garimpeiros.
— Temos que criar mecanismos para que possam sair. Uma das ações é o desbloqueio do espaço aéreo, criar novas áreas de mineração em cooperativas de garimpeiros, fazer um programa social fora de área indígena, lógico. Em áreas do Estado, para que eles possam deixar essas áreas e poderem trabalhar — defendeu Denarium.