A Justiça Federal concluiu, na terça-feira (13), a segunda rodada do terceiro leilão de bens de Maurício Dal Agnol — o maior deles em número de lotes e em valor. O advogado de Passo Fundo é acusado de desviar dinheiro de clientes em ações judiciais. Foram arrecadados, nessa segunda etapa, R$ 6.731.255,50 com a venda de sete imóveis. Foram oferecidos 37 lotes.
Entre os arrematados, está uma área de 25 hectares, no valor de R$ 2.454.900,00. Uma área de 15,71 hectares na cidade de Barra Funda teve ágio de mais de 46%, arrecadando pouco mais de R$ 1 milhão.
Foram vendidos também dois lotes urbanos, sendo um terreno com três casas em Passo Fundo e um apartamento a uma quadra do mar em Capão da Canoa, que recebeu mais de 80 lances em disputa e saiu por R$ 672.000,00.
Somadas as vendas da primeira rodada do terceiro leilão, que ocorreu no dia 1º de dezembro, e as desta segunda rodada, a arrecadação total foi de R$ 12.376.195,50.
Os 30 bens que não foram vendidos estarão disponíveis em venda direta pela leiloeira Joyce Ribeiro, no site de leilões judiciais, pelo prazo de 90 dias, com as mesmas regras e valores do leilão, a diferença é que o primeiro que der lance arremata.
O dinheiro arrecadado é utilizado para quitação de impostos e de dívidas com clientes lesados.
Leilões anteriores
A 1ª Vara Federal de Passo Fundo já realizou outros dois leilões do caso Dal Agnol. No último, concluído em julho, foram arrematados R$ 20.191.000,00 com a venda de imóveis. Na primeira, foram arrecadados R$ 17.894.595,56.
O caso
Maurício Dal Agnol foi alvo da Operação Carmelina, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal (PF). A investigação apontou que ele teria ficado com dinheiro de clientes após acordos com a operadora de telefone Oi, em processos que discutiam ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Inicialmente, falou-se em 30 mil clientes lesados em milhões de reais, contudo, tanto o valor da dívida quanto o número de vítimas são incertos.
Após indiciamento, Dal Agnol foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), junto com outras pessoas, pelos crimes de formação de quadrilha, patrocínio infiel, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há outras ações criminais contra ele na Justiça estadual, mas essa é a principal. O advogado chegou a ser preso, mas agora responde aos processos em liberdade. Há condenações em ações cíveis para que ele devolva dinheiro aos clientes. A ação penal principal se arrasta na Justiça, sem previsão de julgamento.
GZH fez contato com a defesa de Dal Agnol, mas não obteve retorno.