A Justiça Federal realizou, na quinta-feira (1º), o terceiro leilão de bens de Maurício Dal Agnol — o maior deles em número de lotes e em valor. O advogado de Passo Fundo é acusado de desviar dinheiro de clientes em ações judiciais. Foram arrecadados R$ 5.644.940 com a venda de 10 imóveis. Foram oferecidos 47 lotes com avaliação total de R$ 106.919.651,40. Entre os arrematados, está uma área de 6,73 hectares, no perímetro urbano de Passo Fundo, no norte do RS, por R$ 1.534.440.
Os 37 bens que não foram vendidos serão ofertados na próxima rodada, marcada para 13 de dezembro, com lances iniciais a partir da metade do valor de avaliação. Os leilões são realizados apenas por meio eletrônico, pela leiloeira Joyce Ribeiro, no site de leilões judiciais. O dinheiro arrecadado é utilizado para quitação de impostos e de dívidas com clientes lesados.
Leilões anteriores
A 1ª Vara Federal de Passo Fundo já realizou duas rodadas de leilões do caso Dal Agnol. Na última, concluída em julho, foram arrematados R$ 20.191.000 com a venda de imóveis. Na primeira, foram arrecadados R$ 17.894.595,56.
O caso
Maurício Dal Agnol foi alvo da Operação Carmelina, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal (PF). A investigação apontou que ele teria ficado com dinheiro de clientes após acordos com a operadora de telefone Oi, em processos que discutiam ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Inicialmente, falou-se em 30 mil clientes lesados em milhões de reais, contudo, tanto o valor da dívida quanto o número de vítimas são incertos.
Após indiciamento, Dal Agnol foi denunciado pelo MP-RS, junto com outras pessoas, pelos crimes de formação de quadrilha, patrocínio infiel, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há outras ações criminais contra ele na Justiça estadual, mas essa é a principal. O advogado chegou a ser preso, mas agora responde aos processos em liberdade. Há condenações em ações cíveis para que ele devolva dinheiro aos clientes. A ação penal principal se arrasta na Justiça, sem previsão de julgamento.
GZH fez contato com a defesa de Dal Agnol, mas não obteve retorno.