A Justiça Federal realiza, no dia 1º de dezembro, o terceiro leilão de bens de Maurício Dal Agnol — o maior deles em número de bens e em valor. O advogado de Passo Fundo é acusado de desviar dinheiro de clientes em ações judiciais. Serão leiloados 47 lotes com avaliação total de R$ 106.919.651,40.
Serão ofertados terrenos e imóveis localizados em Passo Fundo, Pontão, Taquara, Barra Funda e Capão da Canoa. O lote mais caro é um sítio de 55 hectares localizado em Passo Fundo, no norte do Estado, e avaliado em R$ 13,7 milhões. No mesmo município, há uma fazenda de 113 hectares avaliada em R$ 12,4 milhões.
O lance mínimo é de 50% do valor de cada bem. O que não for vendido será oferecido em novo leilão marcado para 12 de dezembro. As rodadas serão realizadas apenas por meio eletrônico, pela leiloeira Joyce Ribeiro, no site de leilões judiciais. O dinheiro arrecadado será utilizado para quitação de impostos e de dívidas com clientes lesados.
Leilões anteriores
A 1ª Vara Federal de Passo Fundo já realizou duas rodadas de leilões do caso Dal Agnol. Na última, concluída em julho, foram arrematados R$ 20.191.000,00 com a venda de imóveis. Na primeira, foram arrecadados R$ 17.894.595,56.
O caso
Maurício Dal Agnol foi alvo da Operação Carmelina, deflagrada em 2014 pela Polícia Federal (PF). A investigação apontou que ele teria ficado com dinheiro de clientes após acordos com a operadora de telefone Oi, em processos que discutiam ações da extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Inicialmente, falou-se em 30 mil clientes lesados em milhões de reais, contudo, tanto o valor da dívida quanto o número de vítimas são incertos.
Após indiciamento, Dal Agnol foi denunciado pelo MP-RS, junto com outras pessoas, pelos crimes de formação de quadrilha, patrocínio infiel, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há outras ações criminais contra ele na Justiça estadual, mas essa é a principal. O advogado chegou a ser preso, mas agora responde aos processos em liberdade. Há condenações em ações cíveis para que ele devolva dinheiro aos clientes. A ação penal principal se arrasta na Justiça, sem previsão de julgamento.
GZH tenta o contato com a defesa de Dal Agnol.