Uma mulher de 61 anos foi presa preventivamente na manhã desta quinta-feira (15) em Gramado por suspeita de envolvimento no feminicídio de Lidiane Jurema dos Santos Pinto Carvalho, 42. A suspeita mora na casa onde ocorreu o crime, e segundo a polícia, ela não agrediu a vítima, mas viu que Lidiane estava ferida e ajudou o autor a ocultar o corpo.
Lidiane foi assassinada a golpes de martelo pelo companheiro, um homem de 40 anos, no dia 22 de novembro, no bairro Prinstrop. Depois do assassinato o homem jogou o corpo em um barranco, e cavou uma cova onde enterrou Lidiane. Três dias depois, o mesmo homem, que é conhecido no meio policial e usava tornozeleira eletrônica, foi até a casa do vizinho José Noeli Fogassa da Silva, 76, e com o mesmo martelo assassinou o idoso.
De acordo com o delegado Gustavo Barcellos, a partir do relato de testemunhas e de um novo interrogatório com o autor, a polícia chegou até a participação dessa mulher.
— Essa mulher, que reside na casa onde ocorreu o fato, teria visto que a vítima estava bastante ferida e teria auxiliado o autor no restante da execução do crime. O auxílio dela foi no sentido de se dirigir até a rua e cuidar a movimentação de pessoas e veículos para que o autor pudesse arrastar o corpo da vítima, jogá-lo no barranco e ocultar o corpo, cavando a cova e encobrindo — explica Barcellos.
O delegado relata ainda que a vítima estava viva quando a mulher ajudou o autor do feminicídio:
— Enquanto ele fazia isso, essa suspeita ficou na frente da casa cuidando a movimentação de pessoas e veículos. A vítima ainda estava viva quando ela soube do que estava acontecendo e aderiu a ação do autor do crime — afirma o delegado.
A suspeita foi presa na Rua Ijuí, no bairro Prinstrop.
Relembre o caso
Lidiane estava desaparecida desde o dia 22 de novembro e o caso era investigado pela Polícia Civil. A mulher era natural de Esteio, mas vivia em Gramado e já se relacionava com este homem há anos. O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia.
Em 26 de novembro, a Brigada Militar (BM) foi acionada por vizinhos, que cercaram a casa do suspeito. O grupo estava desconfiado de que ele era o autor da morte do idoso. Ele foi preso em flagrante e, ao assumir a investigação, a Polícia Civil obteve provas do homicídio de Silva.
Ele confessou o assassinato da companheira e disse onde o corpo estava enterrado no pátio da casa desde dia 23. Ele também relatou ao delegado que conseguiu acessar as mensagens do celular da companheira e, por isso, decidiu cometer os crimes.
A motivação, segundo autor, seria porque a vítima estaria mantendo um outro relacionamento amoroso. Ele confessou que o crime foi premeditado e também admitiu que planejava matar uma terceira pessoa.