Horário de funcionamento ampliado, descontos e ações com foco em programas de fidelidade são algumas das apostas do varejo na Capital para turbinar as vendas na Black Friday. Neste ano, a média de produtos comprados pelos porto-alegrenses chega a 2,3, com gasto equivalente de R$ 1.556 – 10,6% superior ao do ano passado, quando atingiu R$ 1.407, segundo estimativas do Sindilojas.
A tradição que surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos, acontece um dia após o feriado de Ação de Graças e marca o início das vendas de Natal naquele país. Desde 2010, quando desembarcaram no Brasil, ainda bastante focadas no comércio online, as promoções associadas ao evento caíram no gosto dos consumidores.
De lá para cá, passaram a representar a antecipação de parcela significativa dos gastos com o Natal e ganharam espaço de destaque no varejo físico. Nesse contexto, a mesma base de dados aponta que mais da metade dos entrevistados pretende realizar as compras nas lojas de rua.
Por isso, hoje, as grandes redes com filiais na Capital e no Interior e algumas lojas de menor porte repetirão uma prática interrompida nos anos de pandemia. Vão abrir as portas duas horas mais cedo: às 7h, com uma variedade de ofertas relâmpagos, válidas na sexta-feira (25). Entre os principais atrativos estão descontos em eletrodomésticos, eletrônicos, roupas, calçados, móveis e outros itens.
Ainda de acordo com o levantamento, 76% dos porto-alegrenses já adquiriram o hábito de investir nas oportunidades da Black Friday. Em 2022, 55% disseram que vão seguir o planejamento. Dentre as justificativas, preço menor (50%), possibilidade de negociação de descontos (30,9%) e antecipação das compras de natal (7,4%) foram as mais lembradas.
O e-commerce, modalidade que remete à origem da Black Friday no país, fica com 45,4% das intenções de compra dos entrevistados. A preferência é pelo site oficial das lojas (71,7%) e os aplicativos, com 43,4%.
A alternativa de pagar em cinco vezes desponta entre as predileções do público, seguida de três e dez parcelas. Além disso, 43,4% dos entrevistados relatam que costumam fazer pesquisas com um mês de antecedência para verificar se os produtos estão mesmo com preços abaixo dos usuais.
Otimismo
Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre, afirma que, diante das projeções, o clima é de otimismo no setor. E os reflexos, comenta, foram sentidos ao longo dessa semana, quando muitos estabelecimentos já antecipam parte das condições diferenciadas em seus produtos e registraram bons retornos.
— Todas as tendências indicam, e estamos convictos, que será a melhor dos últimos anos. As vendas já estão aquecidas. Na sexta-feira, o Dia D, teremos uma grande movimentação nas lojas, sites e apps (aplicativos). Percebe-se que o consumidor tem desejo de investir mais na data e os varejistas se programaram melhor para isso — resume.
Preparação
O já movimentado calendário do varejo no último bimestre foi incrementado com uma Copa do Mundo fora de época. Com resquícios de economia fragilizada no pós-pandemia, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-Poa), Irio Piva destaca alguns diferencias da data em 2022.
Segundo ele, além dos tradicionais descontos, ações focadas em pontuações-extra nos programas de fidelidade e oferta de cashback (retorno de parte do dinheiro gasto) tendem a ampliar os ganhos dos varejistas que se prepararam para a ocasião:
— Essa é uma estratégia que vem muito forte. Aqueles que planejaram, fizeram ofertas que valem a pena e, sobretudo, as divulgaram terão resultado positivo. É um tripé, e sempre importante lembrar que o público da Black Friday está mais informado, porque pesquisa os produtos com antecedência. Nesse caso, o desconto tem que ser bom, de fato — comenta.
Horários estendidos, promoções válidas ao longo da semana e até mesmo a manutenção dos estabelecimentos abertos durante o jogo da Seleção, na quinta-feira (24), complementam o conjunto de ações colocadas em prática no período. A meta, afirma o dirigente, é aproveitar ao máximo a data do varejo que conta com os tíquetes médios mais elevados no país e ganha cada vez mais a atenção dos consumidores.
Esteja preparado
- Elabore uma lista de desejos de compras;
- Compre em lugares com boa reputação;
- Desconfie de sites desconhecidos;
- Compare os preços com antecedência;
- Salve todas as informações ao fazer uma compra online;
- Caso esteja na dúvida, procure o site do Procon-RS ou a plataforma Reclame Aqui, este último, que não é um serviço governamental, mas costuma concentrar queixas de consumidores e reputações de lojas e marcas.