A ponte que irá ligar os municípios de Porto Xavier, na região das Missões, com San Javier, na Argentina, ganhou mais uma assinatura, na noite de terça-feira (18), para sair do papel. O contrato para a construção da ponte internacional sobre o rio Uruguai foi assinado em Santo Ângelo pelo superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, na presença de autoridades locais e de representantes da empresa Coesa Construções e Montagens, que será responsável pela obra.
A construção da ponte era uma reivindicação antiga de prefeitos da região das Missões do Rio Grande do Sul. A previsão é de que o projeto seja concluído em até dois anos e meio. Para a obra, o governo brasileiro deverá investir cerca de R$ 220 milhões. A travessia entre as duas cidades é feita, atualmente, por balsa. Quando pronta, a nova ponte será a ligação entre o RS e a Argentina, sendo uma alternativa às travessias situadas em Uruguaiana e São Borja.
O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, é esperado em Porto Xavier, na próxima terça-feira (25), para a assinatura da ordem de serviço para o início da construção da ponte. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Sampaio afirmou que a obra começará no ano que vem.
— A região das Missões aguarda essa ponte há mais de uma década. Temos, hoje, os projetos prontos e vamos iniciar as obras no ano que vem, para que a gente possa conectar mais uma região com a Argentina, o que vai desenvolver muito a região das Missões — disse o ministro, que lembrou que o orçamento para a construção da ponte foi integralmente destinado por meio de emendas parlamentares.
Em 2017, a bancada gaúcha no Congresso Nacional já havia destinado R$ 81 milhões para a realização deste projeto. Porém, em 2018, R$ 56 milhões foram realocados para a duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas. Porém, para o prefeito de Santo Ângelo, Jacques Barbosa, que é presidente da Associação dos Municípios das Missões (AMM), a situação desta vez é diferente.
— Naquele período, não se conseguiu elaborar o projeto executivo. Tinha apenas um estudo realizado sobre a ponte. Agora, a modalidade da licitação foi diferente. Está incluída toda a parte de licenças e o projeto executivo para a construção da ponte. Junto com isso, está o projeto e a execução da ponte, que ficarão ambos a cargo da Coesa — destacou o prefeito.
O prefeito se refere ao Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que permite agregar projeto e execução em um mesmo edital.
Na avaliação dele, a ponte, a exemplo do Aeroporto Regional Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo, será um indutor do desenvolvimento da região das Missões.
— Além do grande potencial turístico, que a ponte será uma facilitadora, nós também podemos ter uma viabilidade de escoamento de grãos através dos portos aqui da Argentina, a cerca de 250 quilômetros daqui, muito mais perto do que o de Rio Grande, que está a 650 quilômetros, mais ou menos — explicou Barbosa.
A partir da assinatura da ordem de serviço da obra, a Coesa Construções e Montagens terá seis meses para a elaboração do projeto executivo, para a desapropriações das áreas necessárias para a construção e também para conseguir as licenças ambientais. Por conta disso, o início das obras é previsto para após este período de seis meses.