O segundo dia do júri da boate Kiss, nesta quinta-feira (2), contou com um depoimento de testemunha-chave, o do engenheiro civil Miguel Pedroso, responsável pela elaboração do projeto de isolamento acústico da casa de festa.
Pela manhã, prestaram depoimento os sobreviventes Jéssica Montardo Rosado e Emanuel Almeida Pastl. Jéssica presenciou o início do fogo e conseguiu escapar, embora tenha quebrado uma costela.
As maiores sequelas são emocionais: ela chora sem parar ao lembrar do irmão, o estudante de Educação Física Vinícius Montardo Rosado, que morreu após salvar várias pessoas, intoxicado pela fumaça que engolfava o ambiente da casa noturna.
Último sobrevivente a prestar depoimento no júri da Kiss nesta quinta-feira (2), o DJ Lucas Cauduro Peranzoni, que estava na boate a trabalho na madrugada de 27 de janeiro de 2013, relatou ter percebido o incêndio e disse que um colega de trabalho da boate veio ao seu encontro pedir um extintor que deveria estar no lugar. Antes que pudessem tentar localizar o equipamento, ele descreveu o que viu:
— Uma nuvem preta muito densa. Eu olhei para ele (colega) e disse: "Vamos sair daqui". Não tinha mais ninguém na pista nesse momento. Saímos por trás. Tinha uma área VIP atrás de mim. (...) Essa nuvem foi muito rápida.
Quatro pessoas respondem por 242 homicídios com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, e 636 tentativas de homicídio, em referência à quantidade de feridos. Os réus são Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira.