Crianças de Águas Claras, em Viamão, se encantaram neste sábado de Natal (25) com a visita de um Papai Noel carregado de guloseimas, mas não puderam agradecer a um dos responsáveis pela festa.
Articulador da ação beneficente, para a qual vinha coletando doces e presentes a serem distribuídos, Jerry Adriano dos Santos Oliveira, 45 anos, foi assassinado em 10 de dezembro, mesma data em que o corpo do motorista de aplicativo foi encontrado dentro do porta-malas do veículo junto à RS-040. Apesar do crime, amigos e familiares cumpriram o desejo da vítima de realizar o evento e entregaram os brindes que ele se esforçava para arrecadar.
Oliveira, ou Jerrynho Zezé, como era mais conhecido em sua comunidade por viver cantando as músicas da dupla Zezé di Camargo e Luciano, foi assassinado por asfixia durante uma corrida em que levava um casal. Os dois, um rapaz de 19 anos e uma adolescente de 16, foram detidos pela polícia como os principais suspeitos do crime.
Até a noite do dia 10, além do trabalho como motorista, Oliveira costumava realizar ações sociais como organizar celebrações natalinas, plantar árvores junto à RS-040 e repassar oportunidades de emprego a conhecidos em busca de trabalho.
Mais recentemente, vinha mobilizando amigos e familiares para ajudarem na coleta de balas, pirulitos, refrigerantes e brinquedos a serem doados aos meninos e meninas de Viamão neste sábado.
– A festa reuniu tudo o que ele conseguiu arrecadar, os doces, brinquedos para as crianças. Era o que ele queria. Fazia o evento todos os anos – conta Belatamir Oliveira, 27 anos, casada com um sobrinho da vítima.
A celebração, que contou com apoio da Brigada Militar, foi realizada com auxílio de amigos e familiares do motorista, que decidiram levar adiante o projeto natalino como forma de homenagear sua memória e também para pedir a condenação dos responsáveis pelo assassinato.
Parte dos brindes foi distribuída ainda em outras localidades, como Quintão, no litoral gaúcho, onde também se encontravam familiares de Jerry durante o feriado natalino. Ele era casado e vivia com a mulher e um enteado de sete anos em Viamão.