Fabrício Carpinejar, 49 anos, voltará a integrar a equipe de colunistas de Zero Hora e de GZH. O poeta e cronista, que já havia participado de diferentes seções do jornal, escreverá às quintas-feiras na mesma página onde os leitores encontram a charge da edição. Os textos também poderão ser acessados no site e no aplicativo de GZH. A reestreia será nesta quinta-feira (4).
— Na verdade, nunca saí de Zero Hora. Minha sensação é de ter apenas tirado férias para voltar ainda mais disposto e consciente. Recarreguei as baterias para trazer novas histórias. Estou de volta para casa — diz o colunista.
A editora-chefe de ZH, Dione Kuhn, afirma:
— O Carpinejar, com suas crônicas sensíveis e marcantes, tem o dom de cativar as pessoas. O seu retorno é um presente aos leitores de ZH e GZH. Seja bem-vindo!
Anunciado no final de setembro como patrono da 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, que ocorrerá em formato digital e presencial entre 29 de outubro e 15 de novembro, Fabrício Carpinejar é um dos autores mais reconhecidos do país. Com sólida trajetória na poesia — gênero com o qual começou, no final dos anos 1990 — e na crônica — com a qual ampliou seu leque de fãs —, entre outros gêneros literários, o filho da poeta Maria Carpi e do escritor Carlos Nejar é hoje uma figura pública prestigiada também nas redes sociais e na televisão, levando reflexões, conselhos e versos para além do meio literário. Carpinejar recorda que foi no exercício de escrever para Zero Hora que aprimorou sua habilidade com a crônica.
— Não digo que foi ali que me descobri cronista, mas foi como defini meu estilo. Meu estilo é muito bem delineado. Podem dizer que uma crônica minha é boa ou ruim, mas não podem dizer que não é minha — brinca. — A crônica, para mim, é muito diferente da poesia. A crônica é o Fabrício da rua, da conversa, do contato, do encontro, do abraço. Já a poesia é monólogo, é o que escrevo para mim.
Esse talento para a comunicação foi recompensado com o título de colunista de jornal mais lembrado pelos gaúchos na 31ª edição do Top of Mind, pesquisa divulgada no final de julho pela revista Amanhã. O premiado lembra que o feito lhe "surpreendeu, alegrou e comoveu":
— Tenho vários leitores que colecionam minhas crônicas. Recortam do jornal para fazer um caderninho, seu próprio livro artesanal. É a mesma coisa que, no mundo digital, repassar o link para quem você ama: "Vi esse texto e me lembrei de você". Ter sido o mais lembrado só reforça a autenticidade da escrita. Não fico preocupado quando tenho que escrever uma crônica. Fico triste é quando não tenho que escrever. Porque escrever é libertar.
Carpinejar lançou recentemente Depois É Nunca (Bertrand Brasil), em que aborda o luto a partir da tragédia do coronavírus, que vitimou mais de 600 milhões de brasileiros — ele já havia se debruçado sobre o tema da pandemia em Colo, Por Ffavor! (Planeta), com "reflexões em tempo de isolamento", conforme o subtítulo. Foi no final do ano passado que voltou à poesia depois de cinco anos com um livro sem título, chamado simplesmente pelo seu nome artístico (que une os sobrenomes de seus pais: Carpi e Nejar).
Também na ocasião, chegou às livrarias um box reunindo seus cinco primeiros livros de poesia, publicados originalmente entre 1998 e 2004. Um tributo a sua mãe na poesia e na vida veio em março último, com Coragem de Viver (Planeta). Como patrono da Feira do Livro — posto que Maria Carpi havia ocupado em 2018 —, Carpinejar adianta que seu projeto no evento será "ouvir":
— Quero ser o mais presente possível, estar próximo dos livreiros, tentar encontrar saídas criativas para contornar toda a recessão dos últimos dois anos. Quero inspirar o público gaúcho a fazer sua listinha de livros para comprar na feira, que pense no presente de Natal, no amigo secreto. Que possamos usar a Feira para reconhecer a importância desse patrimônio no coração da Praça da Alfândega. Todo porto-alegrense tem o compromisso de demonstrar seu amor à Feira. É nossa grande biblioteca a céu aberto.