Na manhã desta segunda-feira (27), durante coletiva online, a Câmara Rio-Grandense do Livro anunciou o escritor Fabrício Carpinejar, 48 anos, como o novo patrono da Feira do Livro de Porto Alegre.
Filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, que foi patrona da Feira do Livro de 2018, Fabrício passou a assinar unindo os sobrenomes dos pais desde a publicação de seu primeiro livro, As Solas do Sol (1998). Sobre sua mãe ter ocupado o posto, ele brincou:
— Pensar que minha mãe foi patrona e eu agora sou patrono... é quase uma máfia (risos).
A GZH, Maria Carpi compartilhou a alegria do filho:
— Criei quatro filhos que só me deram alegria: Rodrigo e Carla são promotores de Justiça, Miguel é juiz, e Fabrício, mestre em literatura e escritor. Puxaram um pouco a mãe, sou defensora pública, escritora e patrona também.
Em seguida, acrescentou:
— Ele me chamou de Maria Carpi Corleone! Ele tem muito bom humor. Amo o humor dele. Faz parte da nossa família levar a vida mais amorosa e com humor.
A autora também comentou a experiência de mãe e filho serem símbolo da Feira do Livro e a trajetória de cada um na literatura.
— Realizei minha obra poética mais tarde, publiquei só com 50 anos. Ele já saiu disparando, como se fosse o coelhinho da Alice no País das Maravilhas. Amo que a gente seja diferente. Na república da poesia, da escrita e dos sonhos, cabe todo mundo. Justamente essa diversidade de voz faz o conjunto da orquestra. Cada poeta tem que ter o seu ritmo, sua respiração com o mundo.
Feira do Livro 2021
Sob o slogan "Para ler um novo mundo", o evento volta à Praça da Alfândega neste ano. Se em 2020, devido à pandemia, foi totalmente virtual, em sua 67ª edição será realizado em formato híbrido, entre os dias 29 de outubro e 15 de novembro.
Durante seu discurso, no qual afirmou estar vivendo "o sonho de uma vida", Carpinejar explicou que a Feira é um grande aniversário: dos livreiros, dos escritores, dos leitores e dos livros. É como uma festa coletiva, conforme o patrono, em que são reunidos todos esses nascimentos. Ele também ressaltou que o evento proporciona lembranças afetivas.
— Quantos amores ou amizades não começaram na Feira? Quantas famílias não voltaram a se encontrar ali? A Feira é o coração da cidade. É quando você faz um passeio para ler e viver mais. É isso que vamos recuperar este ano: o gosto de viver — garantiu.