O Rio Grande do Sul tem, nesta sexta-feira (21), praticamente um quarto dos municípios em situação de emergência devido à estiagem. Segundo a Defesa Civil do Estado, o número chega a 126, quatro a mais do que no início do mês. Bagé, que ainda não decretou pedido, por exemplo, iniciou racionamento de água desde quinta-feira (20). Mas, segundo meteorologista que atua no governo, a situação pode ficar ainda pior ao longo do ano porque não há expectativa de chuva permanente que possa recuperar as reservas hídricas.
No dia 5 de maio, havia 122 municípios gaúchos em situação de emergência, e agora são 126, sendo 111 reconhecidos e 114 já homologados.
O coordenador da Defesa Civil, coronel Júlio César da Rocha Lopes, destaca que ainda há alguns pedidos em análise. A questão é que, mesmo com um quadro que tende a se agravar, o Rio Grande do Sul já tem cerca de 25% das localidades sofrendo com a falta de chuva.
As cidades mais recentes na lista são Palmitinho, Frederico Westphalen e Caiçara, todas no norte. Bagé, na região Sul, não está em situação de emergência, mas desde o início da madrugada de quinta-feira está com racionamento de água. A cidade, que está com uma das principais barragens com pouco mais de cinco metros abaixo do nível, foi dividida em duas, e cada um dos setores fica sem água por 12 horas durante o dia.
Previsão
O problema pode ser ainda maior para todo o Estado ao longo deste ano. A meteorologista Cátia Valente, coordenadora da equipe da Sala de Situação do governo, ligada à Secretaria do Meio Ambiente, diz que depois dos meses de abril e maio secos, e mesmo com a chuva nesta sexta-feira e sábado, se trabalha daqui para a frente com um período de curto a médio prazo sem precipitação significativa e permanente.
Ou seja, não é uma chuva contínua e que faça recuperar os recursos hídricos. O quadro é esse, nada animador, até o verão, pelo menos — ressalta Cátia.
A meteorologista destaca que há regiões com um grande déficit hídrico — a chuva que não aconteceu, entre 600 a 800 milímetros abaixo da média normal no período de um ano e meio. São elas: regiões Central, Sul e Fronteira Oeste. Segundo Cátia, desde a estiagem do final de 2019 e início de 2020, uma das piores dos últimos anos, não houve chuva suficiente que compensasse a quantidade de água nos reservatórios e na bacia hidrográfica do Estado. A esperança mesmo é com as chuvas mais contínuas do próximo verão.