Em decreto publicado nesta sexta-feira (7), o prefeito de Saudades (SC), Maciel Schneider, determinou a suspensão das atividades na creche Aquarela, onde ocorreu a chacina que matou três bebês e duas professoras, e em outras duas escolas infantis do município — a Trenzinho Alegre e a Cantinho. A paralisação será até o próximo dia 14, podendo ser prorrogada, caso haja necessidade.
Schneider também decidiu interromper as aulas presenciais nas instituições das redes estadual e municipal, em todos os níveis. Nesses casos, a modalidade de ensino adotada será remota, pelo mesmo período indicado acima.
Conforme o decreto, a decisão se deveu "ao acontecimento trágico ocorrido no Centro de Educação Infantil Pró-Infância Aquarela, que abalou toda a estrutura educacional do município". Mais do que isso, chocou o país.
O crime ocorreu na manhã da última terça-feira (4), quando Fabiano Kipper Mai, 18 anos, invadiu a creche Aquarela e atacou a golpes de facão crianças, uma professora e uma agente educacional, aterrorizando a cidade de 9 mil habitantes no oeste catarinense.
Como foi o crime
- Antes do ataque a Escola Municipal de Educação Infantil Aquarela Fabiano Kipper Mai, 18 anos, trabalhou. Cumpriu turno em uma empresa de confecção de roupas e calçados da cidade a partir das 5h da manhã. Saiu para o intervalo às 9h15min
- Percorreu nove minutos de bicicleta até sua casa no bairro Morada do Sol. Tomou café, saiu pedalando em um trajeto de oito minutos até a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela na Rua Claudino Rudiger. Usava moletom e uma mochila
- Entrou na escola por volta das 10h. A professora Keli Adriane Aniecevski, 30 anos, foi a primeira pessoa com a qual Fabiano se deparou. Ela tentou falar com ele, mas Kipper a atacou com golpes de faca. Ao mesmo tempo, as crianças do berçário se preparavam para sair da sala e ir ao refeitório comer o lanche
- O assassino avançou sobre as crianças e a agente educacional Mirla da Costa Renner, 20 anos, tentou intervir, se colocando na frente dos bebês. “Ele atacou todas as crianças que iam para o lanche”, afirmou o delegado Nilton Casagrande. Cada um dos atingidos levou de quatro a cinco golpes de facão. A polícia ainda não sabe quanto tempo o assassino ficou dentro da escola
- O criminoso tentou avançar para outras turmas, as professoras perceberam a situação e se trancaram dentro das salas com as crianças. Do lado de fora da creche, as pessoas começaram a ouvir os gritos. O mecânico Ezequiel Vargas Pimentel entrou na escola seguido por outros trabalhadores de empresas da Rua Claudino Rudiger e tentaram conter Kipper, quando o criminoso tentou contra a própria vida
- Pimentel recolheu duas crianças pelos braços, enquanto funcionárias da limpeza saíram gritando na calçada pedindo ajuda. A agente educacional Aline Biazibetti, 27 anos, que mora na esquina da escola ouviu e correu para ajudar. Na calçada, Pimentel lhe alcançou um bebê de um ano e oito meses ferido que ela levou para o hospital. O mecânico levou a outra criança para a unidade de saúde
- O criminoso foi amarrado dentro da escola. Bombeiros e Polícia Militar chegam ao local do crime e identificam cinco mortos: duas professoras e três crianças. Machucado, Kipper é levado para hospital da região