Cerca de cem indígenas de 23 famílias de uma aldeia em Gramado dos Loureiros, no norte do Estado, estão há três dias na frente da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo. Entre eles há crianças e uma grávida. Eles solicitam uma audiência para obter uma área para ficar, já que alegam terem sido expulsos há cerca de quatro meses por questões políticas.
A vereadora Claudete Tomaz (PSB), conhecida como Dete Índia, que é da mesma aldeia, diz que o prédio está fechado e que não foram recebidos desde segunda-feira (29), por isso não estão descartando usar dois ônibus para o grupo ir até Brasília nos próximos dias com o objetivo de pedir uma solução. Segundo ela, os indígenas foram expulsos da aldeia em Gramado dos Loureiros por um cacique devido a questões políticas.
— Os indígenas expulsos me apoiaram nas últimas eleições e eu não apoiei o cacique. Ele e um filho foram candidatos também. Devido a esse fato, os indígenas foram ameaçados e expulsos há cerca de quatro meses da aldeia, ficando em matas ou acampamentos pela região durante esse período. A situação segue precária — explica Claudete.
O fato foi encaminhado à polícia e o grupo acampado na Funai de Passo Fundo também quer apresentar este fato à instituição. GZH tentou durante toda a manhã desta quarta-feira (31) falar com a Funai no norte do Estado e com o cacique de aldeia em Gramado dos Loureiros, mas ainda não conseguiu contato.