Os mais recentes levantamentos das concessionárias de energia do Estado apontam que 94 mil clientes ainda esperam a volta da energia elétrica após o ciclone. Pela extensão dos dados, as empresas não estabelecem prazo para retomar o fornecimento.
São 50 mil pontos afetados na área da CEEE, maioria na Região Metropolitana (13 mil) e Litoral Norte (20 mil), onde as cidades com mais problemas são Imbé (4,8 mil) e Três Cachoeiras (2,3 mil). Outros municípios com concentração de pontos sem energia são Viamão (7 mil) e Porto Alegre (4,5 mil). No Sul, Pelotas (3,5 mil) e Jaguarão (2,5 mil) também mobilizam as equipes.
Na área de cobertura da RGE, são 44 mil clientes sem luz, principalmente nas regiões de Planalto (27,2 mil) e Serra (7,7 mil). No Planalto os pontos com maior volume de clientes atingidos são as regiões de Erechim (18 mil) e de Lagoa Vermelha (8,3 mil). Na Serra, são as de Vacaria (4,8 mil) e Gramado (1,9 mil).
Clientes como o aposentado Carlos Rampanelli, 71 anos, morador do bairro Medianeira, em Porto Alegre, chegaram a esperar mais de 40 horas pelo retorno da luz. A resposta por SMS da CEEE aumentava a ansiedade.
— Porque sempre a mensagem dizia que em uma hora a energia voltaria. Aí, ficávamos naquela angústia, esperando a cada hora. Seria melhor dizer logo que não tinha previsão para tomarmos outras providências — disse ele.
Difícil acesso atrapalha
A CEEE explica que a resposta que o aposentado recebeu é a estimativa padrão com base na média de tempo que leva para restabelecer a energia naquela área em dias normais. Por ser uma automática, não considera a situação atípica provocada pelo temporal.
Para todos os consumidores, a empresa não arrisca prazo para restabelecimento da energia. A RGE também, lembrando que a complexidade dos danos, a dificuldade de acesso em alguns locais, estradas fechadas e outros obstáculos dificultam o trabalho, o que pode exigir mais tempo para a normalização do serviço.