Na sexta-feira (22), as prefeituras de Porto Alegre, Florianópolis e Rio de Janeiro divulgaram uma nota técnica conjunta instruindo seus agentes da Atenção Primária à Saúde (APS) a não receitarem cloroquina e hidroxicloroquina, especialmente em associação com a azitromicina, a pacientes com coronavírus.
"Ressaltamos o risco que a prescrição de medicamentos e exposição a seus efeitos colaterais pode trazer. Inclui-se a incidência de arritmias cardíacas", diz a nota.
O documento foi emitido no mesmo dia em que a prestigiada revista científica inglesa sobre medicina The Lancet publicou uma ampla pesquisa sobre o uso dos medicamentos no tratamento da covid-19.
Com base em dados de 96.032 pacientes, o estudo concluiu que não foi encontrado benefício com o uso do medicamento. Pelo contrário, ocorrem mais mortes e piora cardíaca dos pacientes tratados com a cloroquina.
A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) também ingressou com uma ação na Justiça federal do Rio para tentar obrigar o Ministério da Saúde a retirar de seu site a orientação divulgada nesta semana para que a cloroquina seja aplicada a pacientes com a covid-19.