O juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Louzada, ainda aguarda os próximos desdobramentos no processo para definir o que será feito com a estrutura preparada para o primeiro júri da tragédia na boate Kiss, que estava marcado para segunda-feira (16). O julgamento foi suspenso por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na quinta (12), o STJ atendeu a pedido do Ministério Público. Com a decisão, o julgamento de Luciano Bonilha Leão, o primeiro réu do caso a passar pelo Tribunal do Júri, fica suspenso até que seja analisado o pedido de desaforamento — ou seja, de alteração do local — solicitado pelo MP.
Louzada afirmou que aguardará a movimentação de recursos da defesa do réu antes de tomar a decisão de desmontar ou não a estrutura que está sendo montada no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
— Não tenho como fazer pedidos, reconsideração, tenho que cumprir determinações. A decisão do STJ é superior. Eu venho tentando, ao máximo, a realização desse júri. Eu estou pronto, e a estrutura também. O advogado do réu disse que está entrando com medidas com relação à decisão. Então, vou aguardar até o último minuto — detalhou o juiz à reportagem de GaúchaZH.
Segundo o advogado de Bonilha Leão, Jean de Menezes Severo, o recurso será direcionado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Julgamento em Santa Maria
Luciano Bonilha Leão era assistente de palco da banda Gurizada Fandangueira e foi ele quem acionou o artefato pirotécnico que estava na mão do cantor Marcelo de Jesus dos Santos, também réu, e começou as chamas na espuma no teto da boate.
Em entrevista a GaúchaZH publicada no dia 11 de março, Bonilha Leão relembrou tudo o que aconteceu no dia da tragédia e afirmou que é inocente – alegação contestada pela Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Ele diz que apenas cumpriu o que haviam lhe pedido como funcionário da banda e acredita que será absolvido.
Na ocasião, o réu afirmou que desejava ser julgado em Santa Maria e não em Porto Alegre, como ocorrerá com os demais três acusados (Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista do grupo, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, sócios da boate).